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FOGUEIRA DAS VAIDADES
Milú Villela candidata-se a substituir Bratke na fundação, mas enfrenta questões jurídicas
Curador questiona nova eleição na Bienal
CELSO FIORAVANTE
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
O futuro da Bienal de São Paulo
está por uma ata. A convocação
de novas eleições para o dia 7 de
agosto pode ser irregular. "Minha
impressão é que os conselheiros
estão esquecendo o estatuto por
pura vaidade", declarou à Folha o
curador de fundações, Paulo José
de Palma, responsável no Ministério Público pelo acompanhamento das entidades.
"Só se houve renúncia formal
dos presidentes é que podem ser
convocadas eleições. Os cargos
deveriam estar vagos, e os vices
deveriam ter assumido. Mas, como não recebi a ata da reunião,
não posso confirmar se a convocação é legítima ou não. Já cobrei.
Espero receber a ata o mais rápido
possível", disse Palma.
Segundo o conselheiro da Bienal Pedro Corrêa do Lago, que secretariou a última reunião, o curador das fundações deveria receber a ata na tarde de ontem. "Ela
está a caminho", disse Corrêa do
Lago, que está em férias em Salvador desde a última sexta.
Corrêa do Lago concorda com a
irregularidade da convocação de
novas eleições. "Não podemos
convocar novas eleições, pois seria antiestatutário, disse.
O presidente do Conselho da
Fundação, Luiz Seraphico, convocou por telegrama todos os
conselheiros para a realização das
eleições, o que foi criticado anteontem por Bratke. Para o arquiteto, "quem pode convocar a eleição é o conselheiro Corrêa do Lago, que ficou encarregado de escrever a ata da reunião".
Mas o próprio Corrêa do Lago
discorda. "O fato de ter secretariado essa reunião não me dá esse
poder, mas vou assinar com um
grupo de 15 conselheiros a convocação correta para a reunião da
discussão sobre a permanência
ou não no cargo dos dois presidentes. Isso pode ser feito até oito
dias antes da reunião", disse o
conselheiro.
Com isso, a candidatura de Milú
Villela cai numa batalha jurídica.
"Eu não entendo a posição do
Bratke. Se ele renunciou na reunião, por que volta atrás agora?",
diz Milú. Em entrevista no último
dia 12, Bratke disse ter colocado
seu cargo à disposição e que Milú
Villela era um bom nome para a
sucessão, mas agora não confirma sua saída. "Eu não pedi demissão", disse anteontem.
"Vejo todos esses fatos com tristeza", diz o curador de fundações,
Paulo José de Palma.
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