São Paulo, quarta-feira, 19 de julho de 2000


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FOGUEIRA DAS VAIDADES
Milú Villela candidata-se a substituir Bratke na fundação, mas enfrenta questões jurídicas
Curador questiona nova eleição na Bienal

CELSO FIORAVANTE
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O futuro da Bienal de São Paulo está por uma ata. A convocação de novas eleições para o dia 7 de agosto pode ser irregular. "Minha impressão é que os conselheiros estão esquecendo o estatuto por pura vaidade", declarou à Folha o curador de fundações, Paulo José de Palma, responsável no Ministério Público pelo acompanhamento das entidades.
"Só se houve renúncia formal dos presidentes é que podem ser convocadas eleições. Os cargos deveriam estar vagos, e os vices deveriam ter assumido. Mas, como não recebi a ata da reunião, não posso confirmar se a convocação é legítima ou não. Já cobrei. Espero receber a ata o mais rápido possível", disse Palma.
Segundo o conselheiro da Bienal Pedro Corrêa do Lago, que secretariou a última reunião, o curador das fundações deveria receber a ata na tarde de ontem. "Ela está a caminho", disse Corrêa do Lago, que está em férias em Salvador desde a última sexta.
Corrêa do Lago concorda com a irregularidade da convocação de novas eleições. "Não podemos convocar novas eleições, pois seria antiestatutário, disse.
O presidente do Conselho da Fundação, Luiz Seraphico, convocou por telegrama todos os conselheiros para a realização das eleições, o que foi criticado anteontem por Bratke. Para o arquiteto, "quem pode convocar a eleição é o conselheiro Corrêa do Lago, que ficou encarregado de escrever a ata da reunião".
Mas o próprio Corrêa do Lago discorda. "O fato de ter secretariado essa reunião não me dá esse poder, mas vou assinar com um grupo de 15 conselheiros a convocação correta para a reunião da discussão sobre a permanência ou não no cargo dos dois presidentes. Isso pode ser feito até oito dias antes da reunião", disse o conselheiro.
Com isso, a candidatura de Milú Villela cai numa batalha jurídica. "Eu não entendo a posição do Bratke. Se ele renunciou na reunião, por que volta atrás agora?", diz Milú. Em entrevista no último dia 12, Bratke disse ter colocado seu cargo à disposição e que Milú Villela era um bom nome para a sucessão, mas agora não confirma sua saída. "Eu não pedi demissão", disse anteontem.
"Vejo todos esses fatos com tristeza", diz o curador de fundações, Paulo José de Palma.


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