São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 2002

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Baseado em livro de Nick Hornby, "Um Grande Garoto" estréia hoje no Brasil

Homens do avesso

Divulgação
Hugh Grant segura Nicholas Holt em cena do filme, que estréia hoje no Brasil


LEONARDO CRUZ
EM LONDRES

Hoje ator famoso, Hugh Grant, 41, encara seu papel em "Um Grande Garoto" como uma volta a um passado não muito brilhante de sua carreira: o início dos anos 90, quando, desconhecido e desempregado, ficava boa parte do tempo em casa, "sem nada para fazer, vendo TV o dia inteiro".
O solteirão Will Lightman, personagem de Grant no filme, que estréia hoje, tem sua vida tomada pelo ócio, passa tardes lendo revistas pop, como a "Face", vendo TV e mantendo namoros fugazes.
Grant conta que se identificou com Will assim que conheceu o personagem, no livro homônimo de Nick Hornby, agora adaptado pelos irmãos Chris e Paul Weitz.
O ator, que conversou com a Folha durante as filmagens em Londres, no ano passado, fala a seguir sobre o filme e como foi dividir a cena com Nicholas Holt, o menino de 12 anos que interpreta o "grande garoto" do título.

Folha - Quando surgiu seu interesse por "Um Grande Garoto"?
Hugh Grant -
Foi antes de o livro ser publicado. Recebi uma cópia de "Um Grande Garoto" antes que chegasse às livrarias. Adorei a história, por isso aceitei na hora o convite para interpretar Will.

Folha - Você se identifica com o personagem de alguma forma?
Grant -
Muito. Durante grande parte da minha vida, antes do lançamento de "Quatro Casamentos e Um Funeral", eu era desconhecido e fiquei muito tempo desempregado. Nessa época, minha principal atividade era ficar em casa sem nada para fazer, vendo TV o dia inteiro. Sempre fui interessado em entender qual o significado da vida para quem não faz nada e até comecei a escrever um romance sobre isso chamado "Slack" [preguiçoso, em inglês", mas nunca passei da sexta página.

Folha - Você tem planos para retomar esse romance?
Grant -
Não. De certa forma, Nick Hornby encerrou o assunto.

Folha - Will é um personagem que não só não tem uma carreira, mas também não tem amigos nem mulher nem filhos...
Grant -
É, a vida dele é uma negação total. Ele evita qualquer possibilidade de sentir dor, o que inclui ter um relacionamento, filhos. Ele quer uma vida fácil, sem se arriscar. Eu já fiz isso demais. Fui mestre em me esconder da vida real. Pode ser "cool" quando você tem 20 anos, mas vai deixando de ser "cool" conforme o tempo passa e se torna assustador quando você chega aos 40 anos nessa situação.

Folha - Foi a primeira vez que trabalhou com uma criança. Como foi?
Grant -
Estava muito nervoso. Não estava acostumado a contracenar com coisas como bichos, crianças [risos]. Mas ele é tudo o que poderia esperar de um parceiro. E não é neurótico. Não posso atuar com neuróticos, porque já sou excessivamente neurótico.



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