|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FESTIVAL
Umbria faz homenagem a Kenny Barron
CARLOS CALADO
enviado especial a Perugia
Uma homenagem ao pianista
e compositor Kenny Barron
marcou a programação da última sexta-feira, no 26º Umbria
Jazz Festival, na Itália.
O jazzista americano recebeu
o Prêmio Especial da Crítica,
entregue por Carlo Pagnotta,
diretor do evento, antes do tradicional concerto da meia-noite, no teatro Morlacchi.
A homenagem completou
uma série de quatro concertos
de Barron em Umbria, que inclui apresentações ao lado do
contrabaixista Charlie Haden e
dos pianistas Brad Mehldau e
Mulgrew Miller, em duos.
"Depois de uma honraria como essa, vou ter de tocar muito
bem nesta noite", disse o homenageado.
Não era brincadeira. Durante
uma hora, Barron mergulhou
fundo na obra do genial pianista Thelonious Monk.
Revisitando temas de Monk,
como "Epistrophy" e "Misterioso", Barron mostrou como é
possível ser influenciado por
um mestre, sem imitá-lo.
A noite terminou com a apresentação da violinista Regina
Carter, que acaba de lançar seu
álbum "Rhythms of the Heart",
nos EUA e na Europa. Acompanhada por um quinteto, a
americana abriu o show com
"New York Attitude" -do
mesmo Kenny Barron, em cuja
banda chegou a tocar, antes de
se lançar na carreira solo.
Muito segura e ágil nos improvisos, Regina consegue um
grau de intensidade sonora incomum a esse instrumento.
Mostra assim que pode contribuir com a linha evolutiva de
um instrumento pouco comum no universo do jazz, apesar de ser utilizado desde a década de 20, a partir dos pioneiros Joe Venuti e Eddie South.
Comparada a seus dois álbuns anteriores, calcados na
onda comercialóide do chamado "smooth jazz" (jazz suave),
a nova fase de Regina Carter
aponta uma transição em sua
carreira musical. Pelo que se
ouviu aqui, para melhor.
O jornalista Carlos Calado viajou a convite do Umbria Jazz e da gravadora Universal
Texto Anterior: Moda: Versolato desfila peles em Paris Próximo Texto: Cinema: Sequência de "Matrix" terá Keanu Reeves Índice
|