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BARBARA GANCIA
É um pássaro? É um avião? É o Super 15 de castanhola!
Esse Super 15 do novo comercial da Telefônica não me engana. Pode até ser muito veloz
quando voa daqui para Tóquio,
mas tem a mesma pinta de toureiro invocado do Ronaldo Ésper.
Diga a verdade, ó leitor perspicaz: não está faltando só uma caneta na mão direita e uma revista
de amenidades na outra, para o
Super 15 ser um Ronaldo Ésper
perfeito? A levantada de sobrancelha é igualzinha.
O leitor com menos de 40 anos
talvez não saiba quem é Ronaldo
Ésper. Ele foi um Alexandre
Herchcovitch ou um Fause Haten
do tempo dele. Chegou a vestir as
mulheres mais elegantes do país e
a trabalhar em Paris e Roma.
Não sei bem se ainda lida com
moda. Hoje, eu o vejo vira-e-mexe na TV rabiscando nervosamente as fotos das famosas nas
revistas. Adoro quando ele cobre
com uma caneta hidrográfica os
excessos que acha que encontra
nos corpos da mulherada. Não é
uma simpatia o Ronaldo Ésper?
Pois o Super 15 da Telefônica
também é um docinho de coco.
Outro dia, fui acordada às 8h59
pelo telefonema de um sujeito falando em nome da Telefônica,
que queria de todo modo me
apresentar os novos produtos da
empresa preferida do paulistano.
Por que, entre os novos serviços
da Telefônica, nunca consta um
que nos ensine a encontrar os números que mudaram, eu não sei.
O dileto leitor já deve ter passado por esse constrangimento. Você disca um determinado número
e, em vez de tocar, surge aquela
voz dizendo que o número não
existe. Daí você liga para o auxílio à lista e o atendente lhe fornece um novo número, que você disca, só para descobrir que também
não existe. No meio tempo, você
ficou alguns centavos mais pobre
por conta da consulta inútil. Mas
não é uma minúcia dessas que
vai fazer um super-herói como o
Super 15 tropeçar na barra da capa, né não?
E quando a Telefônica agradece, a gente sempre pode responder: de nada, Super 15, por ficar
devendo a informação; de nada,
Super 15, por me acordar e estragar o meu dia; e de nada, Super
15, por ter me enviado aquele telefone cheio de botões que eu não
pedi, seu abacate dançarino de
flamenco de parada gay, toureiro
de uma figa e super-herói de araque! Vá tocar castanhola em Tegucigalpa, que eu quero dormir!
Ufa! Agora que eu tirei o Super
15 do peito, responda-me uma
coisa: quem é mais parecido com
o Homer Simpson, o Ciro ou o
Serra? Se você disse que o Ciro parece o Homer ao acordar e o Serra
parece o Homer depois de passar
o dia inteiro carregando tijolos,
acertou em cheio.
E-mail: barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/
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