São Paulo, quarta-feira, 19 de setembro de 2007

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Crítica

"Só a Mulher Peca" traz mundo tortuoso de Lang

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Desde que o filme começa, sente-se o cheiro de tragédia em "Só a Mulher Peca" (TCM, 20h10). Para ser mais exato, antes disso sente-se o cheiro de peixe, porque é numa vila de pescadores que a ação acontece, e a precisão de Fritz Lang é tanta que, sim, até parece que sentimos o cheiro dos peixes.
De todo modo, lá está Barbara Stanwick, sinal seguro de tragédia. Ela que volta à vila e casa com Paul Douglas, outro signo ambulante de tragédia. Mas ela não nasceu para casar, está visto. Nasceu para o desejo, a desonra, a paixão, o ilícito -e tudo isso vai se materializar na pessoa de Robert Ryan.
Não é um mundo ameno, esse que habitava Fritz Lang: é tortuoso, cheio de armadilhas incontornáveis, como se ele se constituísse de regras que parecem negar todo o tempo o que é o próprio homem. É difícil aceitá-lo, mas Lang não está aí para conciliações.
À 0h, no mesmo canal, "Casablanca" ajuda a tornar ameno o fim de noite.


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