|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
CRÍTICA ROCK
Show coroa o renascimento do "messias" Bruce Springsteen
DVD traz apresentação no Hyde Park que revisita repertório de 1970 e 1980
THALES DE MENEZES
EDITOR-ASSISTENTE DA SÃOPAULO
Três horas de show, o cantor completamente suado no
palco, urrando seus hinos sobre o proletariado americano
diante de uma platéia de 160
mil devotos enlouquecidos.
Parece um daqueles longos e apoteóticos shows de
Bruce Springsteen nos anos
1970, quando o álbum "Born
to Run" o levou ao estrelato.
Mas, desta vez, se trata do
DVD da apresentação dele no
ano passado, no Hyde Park
londrino, coroando a década
de renascimento do sujeito
que é "the boss" (o patrão).
Springsteen é rei supremo
nos Estados Unidos e tem
muito sucesso no Japão e na
Itália. Mas é nos lugares de
língua inglesa que sua poesia sobre a vida do homem
comum bate forte.
Os ingleses que se amontoaram no parque sabiam
que o astro está cheio de gás,
depois de emplacar três álbuns no topo da parada americana na última década.
Mas o show guardou muitas surpresas para o público.
Logo de cara, Springsteen
abriu a tarde/noite cantando
"London Calling", hino punk
do Clash. A audiência veio
abaixo e cantou junto.
Ele misturou músicas antigas, algumas pouco revisitadas em show, como "She's
the One" (1978), com material recente e poderoso, como
"Waitin" on a Sunny Day".
Esta última é do CD "The
Rising". Nas lojas poucos
meses depois do 11 de Setembro, falava da volta por cima
da América depois do atentado e se transformou no disco
dele que mais vendeu em seu
primeiro ano de lançamento:
12 milhões de cópias.
Muito do ímpeto quase juvenil que Springsteen demonstrou no palco inglês,
aos 59 anos, veio dos muito
bem-sucedidos CDs recentes,
"Magic" (2007) e "Working
on a Dream" (2009).
Depois de 15 músicas, o
cantor resolveu jogar fora o
repertório programado e passou a cantar o que as pessoas
pediam em cartazes que
brandiam sobre as cabeças.
A voz do povo fez Springsteen enfileirar canções dos
anos 1970 e 1980, sem dúvida
sua fase antológica, como
"Promised Land", "Racing in
the Streets", "No Surrender",
"Bobby Jean", "Jungleland"
e a clássica "Born to Run".
Dois hits acima de qualquer suspeita, "Glory Days" e
"Dancing in the Dark", foram
o fecho festivo da catarse de
um messias do rock'n'roll.
BRUCE SPRINGSTEEN & THE
E STREET BAND - LONDON
CALLING LIVE IN HYDE PARK
LANÇAMENTO Sony Music
QUANTO R$ 70, em média
AVALIAÇÃO ótimo
Texto Anterior: Coleção Folha traz obra clássica de Freud Próximo Texto: FOLHA.com Índice | Comunicar Erros
|