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LITERATURA
O escritor Peter Carey recebeu anteontem, por "True History of the Kelly Gang", o seu segundo Booker Prize
Australiano ganha prêmio e perde jantar
DA REPORTAGEM LOCAL
O australiano Peter Carey, 57,
vai ter de pagar um jantar ao inglês Ian McEwan, 53. Pelo menos
foi esse o acordo, segundo McEwan contou à Folha, na semana
passada, em entrevista sobre o
Booker Prize: o vencedor do prêmio, ao qual os dois concorriam,
convidaria o outro.
Carey ganhou, na noite de anteontem, em Londres, as 21 mil libras (cerca de R$ 82.600) do 33º
Booker Prize, o concurso literário
mais importante da Europa (depois do Nobel), reservado, porém,
a autores de língua inglesa.
Ao receber o prêmio, confirmou: "Sei quão em débito estou".
Carey explicou ao jornal inglês
"The Independent" que, além do
jantar, devia 50 libras a cada um
de seus dois filhos. E, ainda, lembrou que a mulher, a diretora teatral Alison Summers, o encorajou
a escrever sobre a Austrália, quando ele queria usar Nova York, onde vivem, como tema.
"True History of the Kelly
Gang" (Verdadeira História do
Bando de Kelly) venceu "Atonement", o livro de McEwan, e mais
quatro concorrentes ("Oxygen",
de Andrew Miller; "The Dark
Room", de Rachel Seiffert; "number9dream",de David Mitchell; e
"Hotel World", de Ali Smith).
Além disso, fez com que Carey
batesse também um não-concorrente: o sul-africano J.M. Coetzee.
Até anteontem, Coetzee era o único autor contemplado duas vezes
pelo júri do Booker (em 83 e 99).
Carey, ganhador de 88, por "Oscar e Lucinda" (Record, R$ 55, 514
págs.), quebrou seu ineditismo.
A nova obra de Carey fala de
Ned Kelly, espécie de "robin
hood" australiano, enforcado em
1880. Qualificado pelo júri como
"magnífica história do começo da
colonização da Austrália, expressada pela voz inesquecível de um
homem vilipendiado", não tem
previsão de lançamento no Brasil,
mas é vendido on-line (www.amazon.com; www.bn.com).
Além de talentoso, Carey talvez
seja um homem de sorte. No dia
11 de setembro, sua mulher fazia
compras no World Trade Center,
na hora do atentado. Foi susto:
Summers estava lá anteontem.
Com a Reuters
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