|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FILMES E TV PAGA
TV ABERTA
"Carrie Buck" é sustentado por elenco animador
Pee-Wee
SBT, 14h15.
(Big Top Pee-Wee). EUA, 88, 90 min.
Direção: Randal Kleiser. Com Pee Wee
Herman, Valeria Golino. Sujeito cuja
característica principal é ter como
melhor amigo um porco recebe em sua
fazenda os integrantes de um circo.
A História de Carrie Buck
Rede TV!, 15h15.
(Against Her Will: The Carrie Buck Story).
EUA, 94. Direção: John David Coles. Com
Marlee Matlin, Melissa Gilbert. Carrie
Buck (Matlin) é uma das mulheres que,
nos anos 20, no progressista Estado da
Virgínia, é esterilizada (sem saber que
isso acontece) por apresentar problemas
mentais. Bem, problemas mentais são,
em geral, aquilo que os outros designam
como tal, para começar. Em suma, tal
monstruosidade vai parar no tribunal
onde é objeto de julgamento.
Julgamento que é objeto deste telefilme,
que tem um elenco feminino animador e
a história a sustentá-lo.
Apuros e Trapalhadas de um
Herói
Rede TV!, 18h.
(Some Kind of Hero). EUA, 82, 92 min.
Direção: Michael Pressman. Com Richard
Pryor, Margot Kidder. Prisioneiro de
guerra (Pryor) volta do Vietnã e encontra
um mundo mudado. Comédia menor.
Segredos do Passado
Globo, 23h15.
(Buried Secrets). EUA, 96. Direção:
Michael Toshiyuki Uno. Com Tiffani-Amber Thiessen, Tim Matheson. Espírito
de uma criança assombra casa onde sua
mãe foi morta. Terror para TV. Inédito.
Proteção à Testemunha
SBT, 23h45.
(Witness Protection). EUA, 99, 105 min.
Direção: Richard Pearce. Com Mary
Elizabeth Mastrantonio, Forest Whitaker.
Mafioso decide denunciar seus antigos
amigos. Em troca, o FBI decide sumir com
ele e a família, como prevê o programa
de proteção à testemunha. Segue-se
drama familiar e psicológico,
desencadeado pela tensão. Inédito.
Paixão Turca
Bandeirantes,1h30.
(La Pasion Turca). Espanha, 94, 113 min.
Direção: Vicente Aranda. Com Ana Belen,
Georges Corraface. Mulher casada e feliz
vai à Turquia, onde tudo desanda. Ou, se
se preferir, anda: lá ela encontrará uma
paixão obsessiva e que revelará as
profundezas de sua alma. Ou ainda: isto é
Vicente Aranda. A vantagem é que ele
sabe valorizar suas belas atrizes e bons
atores.
Cuidado com as Baixinhas
SBT, 1h40.
(National Lampoon Attack of the 5'2"
Women). EUA, 94. Direção: Richard
Wenk. Com Julie Brown, Khrystine Haje.
Duas histórias de mulheres baixinhas. A
primeira é uma patinadora também
gordinha que contrata um trapalhão
para matar a rival. A segunda é uma
mulher frígida que decide, certo dia,
cortar o pênis do marido, por achar que
ele andava saindo com outra mulher.
Terror em Nova York
SBT, 3h10.
(Wolfen). EUA, 81, 114 min. Direção:
Michael Wadleigh. Com Albert Finney,
Diane Venora. O detetive Finney
desconfia que onda de mortes em Nova
York vem sendo causada por
lobisomens. Segue a pista. Confirma-a.
Eliminar as terríveis criatura é outro, e
bem mais delicado, problema. Só para
São Paulo.
Tarzã e os Caçadores
SBT, 5h20.
(Tarzan and the Trappers). EUA, 58, 70
min. Direção: Charles Haas, Sandy
Howard. Com Gordon Scott, Eve Brent.
Depois de prender caçador de animais,
Tarzã tem de ajustar contas com o irmão
do caçador, que quer vingança. E Tarzã
em 58 já estava bem cambaleante.
(IA)
TV PAGA
"Compadecida" concilia atraso e modernidade
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Modernização conservadora" é uma dessas expressões que quebram qualquer
galho. Serve para designar quase
todo processo de atualização que
não corresponda, em suma, àquilo que se acredite progressista.
Até há algum tempo essa distinção era razoavelmente fácil. Hoje
vivemos nas brumas. Seria a rede
Globo, por exemplo, um caso de
modernização conservadora?
"O Auto da Compadecida"
(Canal Brasil, 23h20), produção
Globofilmes, carrega esse mistério. Estamos no registro do cordel, com João Grilo valendo-se de
sua vasta sagacidade, ao lado do
companheiro Chicó, para sobreviver no Nordeste coronelizado.
Ao final (no caso, não é preciso
esconder o final: quem não o conhece, adivinha), a Compadecida
os absolverá. Não é uma fábula
tão diferente das que dizem respeito à malandragem carioca, por
exemplo. Em linhas gerais, nos
lembra de que a idéia de trabalho
honesto é uma farsa, em situações
de opressão e desigualdade.
Nunca saberemos por que o filme de Guel Arraes fez o sucesso
que fez. Foi a máquina promocional da Globo? O apelo da história
de Ariano Suassuna? O fato de ter
sido, antes, uma minissérie de
TV? Talvez tudo isso junto.
A versão trágica desse tipo de
saga encontra-se em "Cidade de
Deus", de Fernando Meirelles. Só
que aqui pobres e ricos já não têm
contato e o tráfico substituiu a
malandragem. Não há mais mediação possível (nem Compadecida): existe um abismo de hábitos e
valores (se valores existem, de lado a lado) entre categorias sociais.
O filme de Arraes fecha-se com
um pirotécnico show de efeitos: o
atraso nordestino potencializado
pela tecnologia do espetáculo. O
que redime João Grilo é menos a
Compadecida do que a modernidade. O "Auto" exprime o desejo
de um compromisso que a história varreu. Estamos no vale-tudo
da "Cidade de Deus".
Texto Anterior: Astrologia - Barbara Abramo Próximo Texto: José Simão: Terror eleitoral! Zé Serra sai pelado na rua! Índice
|