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ENTRELINHAS
Numeração, de novo
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Redundante e inútil."
Foi com essas palavras,
desferidas abaixo da linha de
cintura, que a Câmara Brasileira
do Livro classificou a proposta
de decreto que deve regulamentar a numeração dos livros no
Brasil. Raul Wassermann, presidente da maior entidade representativa do mercado editorial
brasileiro, enviou carta na quinta-feira a Pedro Parente, ministro da Casa Civil, no qual diz que
a proposta elaborada pelo grupo
de trabalho da numeração "só
acrescenta firulas burocráticas
completamente inúteis".
A minuta do decreto, que está
em consulta pública até 25 de
outubro (no site www.planalto.gov.br/ccivil-03/consulta-publica/consulta.htm), enfrenta resistências até entre integrantes do grupo que a redigiu.
Cláudio Willer, presidente da
União Brasileira dos Escritores,
diz que só se manifestará como
líder da entidade na segunda,
mas, em comunicado interno,
disse acreditar que a "UBE deva
manifestar-se veementemente
contra esse decreto". Cenas do
próximo capítulo a seguir.
CONEXÃO ESTOCOLMO
Anunciados na Suécia há
menos de dez dias, os prêmios
Nobel já movimentam
rotativas no Brasil. Em tempo
recorde, a Imago renovou os
direitos, redesenhou a capa e
mandou para a prensa "Kadish
por uma Criança Não
Nascida". Único título já
lançado do húngaro Imre
Kertész no país, o romance
estava esgotado.
O Nobel da Paz também vem
aí, dose dupla. A Rocco lança
"As Virtudes de Envelhecer",
de Jimmy Carter. A Mundo
Cristão reedita "Memórias Espirituais", de... Jimmy Carter.
MEMOREX
Mais memórias. Lançados
nos EUA, os ricos "recuerdos"
do banqueiro David Rockfeller
foram comprados em
Frankfurt pela Rocco.
NOCAUTE
Outra frankfurtiana. A
Record abocanhou por lá dois
inacreditavelmente inéditos do
argentino Julio Cortázar em
português: "Volta ao Dia em 80
Mundos" e "Último Round".
FELIZES TRÓPICOS
Principal antropólogo vivo, o
francês Claude Lévi-Strauss, 94
anos, deu entrevista recente
para a revista "Nouvel
Observateur" na qual elogia
dois colegas do Brasil: Manuela
Carneiro da Cunha e Eduardo
Viveiros de Castro.
TROPICÃO
Erro virtual dá Yann Martel
como virtual vencedor da
maior distinção literária
inglesa. O Booker Prize só sai
na terça, mas em confusão do
site do prêmio o canadense foi
anunciado como ganhador.
FORA DA ESTANTE
Chinua Achebe
Pedra angular das letras
africanas, "O Mundo se Despedaça", do nigeriano Chinua Achebe, já teve tradução
para o português, mas, como quase toda a boa literatura do continente, está fora
das estantes daqui. Lançado
em 58 e eleito há pouco um
dos cem melhores livros de
todos os tempos, pelo Clube
Norueguês do Livro, o romance ilustra a desintegração da cultura tradicional nigeriana com a chegada de
missionários europeus.
E-mail:
elek@folhasp.com.br
SEGUNDA A coleção de livros de poesia "Ás de Colete", da Cosac
& Naify e da 7 Letras, com livros de Cacaso e Adília Lopes, o romance "Azul e Dura", de Bia Bracher, e as revistas "Inimigo Rumor 13" e
"Ficções 10" têm lançamento no Bar Balcão (tel. 0/xx/11/3088-4630, SP) TERÇA Arnaldo Antunes fala sobre sua poesia no
"Esquina da Palavra", do Itaú Cultural (tel. 0/xx/ 11/ 3268-1776,
SP) QUINTA A crítica Beatriz Resende fala sobre Nelson Rodrigues na Biblioteca Nacional (tel. 0/xx/21/2220-9367, RJ)
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