SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO

Os familiarizados com o circuito de jazz sabem: não é a primeira vez que John Pizzarelli vem ao Brasil. É sua quinta viagem ao país, mas agora o cantor e guitarrista norte-americano não deixa dúvidas se o caso por aqui é namoro ou amizade.
O músico chega para promover "Bossa Nova", seu tributo ao gênero nacional mais conhecido no exterior em shows de hoje a sexta-feira em São Paulo. O disco, distribuído no Brasil pela Calber Music, não foge da especialidade de Pizzarelli, que é a releitura de standards pincelada por uma ou outra composição própria.
O projeto é o 16º trabalho de sua carreira. Pizzarelli conta que a admiração pela música brasileira surgiu com "Amoroso", de João Gilberto. Mais tarde, o relacionamento se estreitou por meio do contato com a obra de João Bosco, Toninho Horta, Elis Regina, entre outros, através de fitas que amigos gravavam nos anos 80.
"Foi também a partir desse ponto que eu comecei a estudar as técnicas de João Gilberto no violão. Mas desde criança eu já ouvia alguma coisa de música brasileira a partir da coleção de discos do meu pai", diz o músico à Folha.
No repertório de "Bossa Nova" entram escolhas óbvias (como "Garota de Ipanema"), mas há espaço para peças de fora do cancioneiro brasileiro (como "Your Smiling Face", de James Taylor).
"O critério que guiou o repertório foi o de testar em ensaios e fitas demo se as canções funcionavam em ritmo de bossa nova e formavam um conjunto."