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Crítica/artes plásticas/"Geração da Virada"
"Geração da Virada" traça bom panorama
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Geração da Virada
ou 10 + 1, os Anos
Recentes da Arte
Brasileira", em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, com curadoria de Agnaldo Farias e Moacir dos Anjos, traça um ótimo
panorama dos procedimentos
de produção na arte contemporânea brasileira. A começar pela importância do desenho,
destaque na obra de Sandra
Cinto, Cabelo, Rosana Ricalde,
Chiara Banfi, entre outros.
Bom momento da exposição
é o contraponto da simplicidade da linha com o alto grau de
experimentação em tecnologia,
como nas instalações sonoras/
visuais de Paulo Vivacqua, com
"Nynpheas", Mariana Maranhães, com "Arvorar", e do grupo Chelpa Ferro, com "Octopus", todas complexas e, ao
mesmo tempo, simples.
A fotografia tem destaque
nas imagens produzidas por
Caio Reisewitz, Rogério Canela, Jared Domício, Edouard
Fraipont, Rafael Assef, Carlos
Melo, Sara Ramo e Cris Bierrenbach, e ganha maior vibração quando discute menos seu
suporte e mais o caráter performático de sua realização.
A diversidade da produção
em vídeo também é ressaltada
nas obras de Thiago Rocha Pitta, Laércio Redondo, Janaina
Tschäpe, Lia Chaia e Amílcar
Packer, além da variedade da
produção escultórica surgir nos
trabalhos de José Damasceno,
José Rufino, Daniel Acosta, Tatiana Blass, entre outros.
Entretanto, "Geração da Virada" não tem apenas o caráter
de mostra panorâmica e sim de
balanço de um período. Nesse
sentido, parece ter sido abrangente demais por exibir vários
artistas lançados há quase dez
anos, e que, com carreiras consagradas, caso de Cinto, Cabelo,
Rufino, e Efrain Almeida, só para citar alguns, parecem deslocados frente a outros recentemente expostos no projeto Rumos do Itaú Cultural, caso de
Robbio, Banfi e Pitta.
Finalmente, a mostra levanta
uma questão: até quando vamos seguir no discurso provinciano de pensar apenas na "arte
brasileira", quando os artistas,
hoje, estão num circuito mais
internacionalizado e independente de reflexão nacionalista?
GERAÇÃO DA VIRADA OU 10 + 1
Quando: de ter. a dom., das 11h às
20h; até 26 de novembro
Onde: Instituto Tomie Ohtake (r.
Coropés, 88, tel. 0/xx/11/2245-1900)
Quanto: entrada franca
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