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CRÍTICA ACID JAZZ
Carisma do Jamiroquai em show compensa irregularidade do festival
CARLOS MESSIAS
DO "AGORA"
Treze anos passados desde
o seu pico de popularidade,
cinco desde o último álbum
de inéditas e quatro desde a
última passagem pelo Brasil,
era difícil imaginar como o
Jamiroquai se sairia encabeçando o Festival Natura Nós.
Mas nenhuma das quatro
atrações internacionais do
festival conciliou profissionalismo, carisma e efervescência como o grupo britânico. O público, disperso até então, conglomerou-se ao redor das poças de lama da
Chácara do Jockey para acompanhar atento as estripulias de Jay Kay.
Com um cocar na cabeça,
faixas pretas abaixo dos
olhos e uma disposição cativante, o líder entrou no palco
feito um foguete disparando "Revolution 1993".
O fôlego do vocalista não
se esvaiu pelas duas horas
que se seguiram e, entre coreografias improvisadas, corridas pelo palco e voz constante, ele se mostrou um "frontman" de primeiro time.
Um cantor mediano, o único membro original do sexteto não se utiliza do experiente time de músicos para suprir as próprias limitações
(como o faz Dave Matthews,
por exemplo). Kay se joga
-com a voz e o corpo- sobre
cada arroubo dos instrumentistas, o que, quando não
convence musicalmente, satisfaz pela intensidade.
A fórmula "acid jazz" do
grupo cedeu espaço para as
linhas de funk do baixo, a bateria e a percussão afrodescendentes e o clímax soul da
combinação de vozes aliada aos teclados.
Apresentadas no show, as
canções "White Knuckle Ride", "Blue Skies" e "Rock
Dust Light Star", do novo disco (previsto para novembro),
indicam que o Jamiroquai deve seguir ainda mais resoluto por essa direção.
E, como a banda não poderia poupar os brasileiros de
uma enxurrada de hits, não
faltaram "Alright", "When
You Gonna Learn", "Cosmic Girl" e "Deeper Underground", a única do bis.
O Jamiroquai conseguiu
salvar um festival irregular e
fazer com que o público voltasse para casa de alma lavada. Mesmo quem havia chegado lá após a chuva.
JAMIROQUAI
AVALIAÇÃO bom
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