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CERÂMICAS
Obras do artista representam uma fase mais feliz, vivida no sul da França, no período pós-guerra
Picasso (escultor) aporta agora no Rio
ALEXANDRE MARON
da Sucursal do Rio
Para fechar o ano em que o Brasil recebeu duas grandes exposições de Pablo Picasso -"Anos de
Guerra" e as gravuras da Suíte
Vollard-, chega ao país no dia 7
de dezembro a mostra "Cerâmicas de Picasso", na Casa França
Brasil, no centro do Rio.
O evento apresenta os trabalhos
de Picasso (1881-1973) no pós-guerra. Em 1947, o artista foi morar no sul da França e descobriu a
cerâmica. São trabalhos que refletem uma fase feliz, em nada parecidos com as expressões sofridas
de obras como "Guernica".
As 116 peças -80 cerâmicas,
nove gravuras e 27 fotografias do
artista moldando suas obras-
são da coleção pessoal de Bernard
Ruiz Picasso, neto do artista e curador da exposição.
"Não foi um movimento coordenado, mas, de certa forma, sem
querer, as exposições realizadas
este ano por entidades diferentes
ajudaram a desconstruir o pensamento de um dos maiores artistas
deste século", afirma a presidente
da Fundação Casa França Brasil,
Ana Lúcia Magalhães Pinto.
Ela assumiu a presidência da
fundação em fevereiro deste ano e
decidiu trazer essa exposição em
tempo recorde.
Em junho deste ano, as obras
estiveram no Metropolitan Museum of Art, de Nova York. A Casa França Brasil será a única na
América Latina a expor as cerâmicas de Picasso.
"O prazo de execução de uma
exposição como essa é sempre de
mais de um ano. O consulado da
França nos auxiliou na empreitada de trazer a mostra ao Brasil",
diz Ana Lúcia.
Para receber a coleção, a Casa
França Brasil está gastando R$
790 mil. O dinheiro -que vem de
parte de um patrocínio da Telemar de R$ 2 milhões para uma reforma global da casa- está sendo
gasto na remodelagem do interior, recuperando a arquitetura
original do espaço.
A meta é adequar o local às mais
de 30 páginas de exigências que o
curador fez para trazer a exposição ao país. Assim, entre outras
mudanças, as janelas ganharam
filmes especiais para diminuir a
luminosidade, a temperatura não
pode exceder os 20 C, serão instaladas oito câmeras de circuito
interno de TV e a segurança será
reforçada.
O resto do dinheiro do patrocínio será usado para, após a exposição, transformar o espaço em
ponto de encontro cultural, com
um café, uma livraria e um cinema.
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