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São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2003

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MULTIMÍDIA

A 8ª edição, em maio de 2004, dividirá R$ 300 mil entre 15 produções de SP inspiradas em artistas britânicos

Brasil conduz Festival Cultura Inglesa

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O coração do evento permanece britânico, mas o Festival Cultura Inglesa se abrasileirou.
Durante sete anos, artistas do Reino Unido, ligados a diversas áreas, tinham espaço cativo em São Paulo, num intercâmbio como que corpo a corpo com colegas brasileiros dentro do evento.
A partir de 2004, a oitava edição do Festival Cultura Inglesa toma a arte britânica contemporânea como inspiração (compositores, poetas, dramaturgos, pintores etc.) e banca produções paulistas em teatro, dança, artes visuais, curta-metragem digital e música eletrônica.
Serão distribuídos R$ 300 mil para 15 projetos escolhidos em São Paulo e em mais 11 cidades do Estado: Santos, Santo André, Guarulhos, Campinas, Cotia, São José dos Campos, Barueri, Bauru, Jundiaí, Rio Claro e São Carlos -todas elas com unidades da instituição.
As inscrições foram abertas ontem e podem ser feitas até dia 19 de dezembro. O festival acontecerá de 6 a 18 de maio de 2004.
A gerente-geral da Cultura Inglesa em São Paulo, Lorraine Matos, diz que a mudança de eixo não implica diminuição no investimento, mas não revela quais foram os custos das últimas edições para se estabelecer parâmetro.
Segundo Matos, 51, os R$ 300 mil serão repartidos "apenas para a produção dos projetos", descontados cachês da curadoria, do júri, cessão de teatros, equipamentos, divulgação etc., tudo por conta da organização. Os premiados ganharão temporada durante o festival.
Concebido pelo produtor Yacoff Sarkovas, o novo formato traz consultoria do dramaturgo Aimar Labaki (teatro), dos críticos Helena Katz (dança) e Luiz Zanin Oricchio (curta-metragem digital), do museólogo Fábio Magalhães (artes visuais) e do produtor Marcos Boffa (música eletrônica).
O regulamento estabelece que as cinco áreas contarão com júri de no mínimo três integrantes. Serão contemplados três trabalhos em cada uma delas.
"A mudança mexe com dois valores importantes para os jovens: o conhecimento e o diálogo", afirma Magalhães, 61, sobre a nova perspectiva de "recriação ou interpretação" de obras de artistas britânicos.

Público jovem
O coordenador do evento, ator Laerte Mello, 39, afirma que os júris vão priorizar projetos voltados para o público jovem, "mas com temática universal e criadores de qualquer idade".
Cerca de 60% dos estudantes da Cultura Inglesa têm até 25 anos. A entidade quer "fisgar" esse público "insatisfeito" com muitos eventos que acredita não serem feitos para eles, como afirma a gerente-geral Matos.
A inclusão da música eletrônica, por exemplo, é uma forma de atendê-lo e, ao mesmo tempo, propiciar o acesso desse mesmo jovem a outras áreas culturais das quais se sinta "excluído".
Ainda que os 50 mil estudantes da instituição contem com festivais internos de teatro físico (19 grupos), música (51 bandas neste ano) e dança (501 participantes também em 2003).
Em paralelo à 8ª edição, haverá workshop das respectivas áreas para os estudantes.
De acordo com Melo, pesou também para o abrasileiramento o mote dos 450 anos da cidade de São Paulo, "uma forma de incentivar o artista local".
O regulamento sugere uma relação com 135 artistas ingleses contemporâneos que atuam nas respectivas áreas.


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