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Crítica/"Família Soprano - 4ª Temporada"
Série prepara uma explosão de violência
RODOLFO LUCENA
EDITOR DE INFORMÁTICA
Rever a quarta temporada da série televisiva
"Família Soprano" é
confirmar os méritos da história sobre o líder mafioso suburbano que tem de se equilibrar
entre os (e nos) conflitos de ser
um pai de família tradicional e
um cappo criminoso.
De um lado, o sujeito procura
educar seus filhos e manter a
casa dentro de princípios retos,
conservadores; de outro, é um
sociopata, que se considera (e
está) além e acima das regras
normais de convivência.
A quarta temporada é de interregno -um momento de
transição na história toda-,
mas não de pasmaceira. Ela retrata a eclosão de uma crise na
família e nos negócios de Soprano -os problemas econômicos da sociedade americana alavancam desavenças no
mundo criminoso e também fazem aflorar insatisfações reprimidas no seio familiar.
A primeira-dama Carmela
está esplendorosa ao longo dos
13 episódios -é sofredora,
apaixonada, calculista, vingativa, muda de penteado e de atitude. Não por acaso, Edie Falco
ganhou o Emmy de melhor
atriz -o de melhor ator foi para
James Gandolfini (Tony Soprano), que também dá show.
Violência
Além do valor dramático de
cada episódio, é interessante
ver como o criador David Chase
usa essa temporada para lançar
as bases dos dramas que virão
depois. Vários só têm desenlace
na sessão seguinte, apontada
como uma das mais violentas
da série. Mesmo agora, na sexta
e última temporada (atualmente transmitida na HBO brasileira aos domingos), conversas e tramas remetem para fatos
ocorridos então.
O julgamento do tio Júnior
marca o início do entrevero da
"famiglia" com a Justiça. Começa também o conúbio secreto entre Adriana e uma agente do FBI, que vai se estender até a
temporada seguinte. Chris, namorado de Adriana e sobrinho
dileto de Tony, está encalacrado com as drogas. Vai para a
reabilitação, mas nada é final
em sua relação com a cocaína.
Essas são algumas das crises
que se abrem no seriado e vão
se espalhar por episódios futuros. A mais dramática, é claro, e
de mais impacto no desenrolar
da série, é a que atinge o casamento de Tony e Carmela. Ao
longo da quarta temporada, a
união vai sofrendo baques e
brechas. A primeira-dama sonha com conforto externo, que
se esvanece, e acaba partindo
para o vamos ver.
Por todas essas, a quarta
temporada é, para "Família Soprano", como uma serpente
que se enrodilha, preparando o
golpe que virá. E será mortal.
FAMÍLIA SOPRANO -4ª TEMPORADA
Criador: David Chase
Distribuidora: Warner (R$ 110, em
média)
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