São Paulo, sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Artista tinha a sopa entre seus pratos frequentes

DE SÃO PAULO

Além de transformar uma lata de sopa em sua Mona Lisa, Andy Warhol, a exemplo do que periga acontecer entre artista e musa, degustava, em seguida, o objeto de seu retrato.
O curador Philip Larrat-Smith conta que o artista sempre usufruiu das variedades de Campbell's (e isso em uma época em que a sopa não contava com 26 sabores de galinha). "Nos Estados Unidos, a Campbell's é para as massas. A lata custa cerca de US$ 1. Tem muito sódio. Se você toma todo dia, vai acabar tendo um ataque cardíaco", ensinou.
Deborah Navarro, gerente de marketing da divisão de alimentos da Aurora, representante da Campbell's no Brasil, aponta que a sopa é vista de maneiras distintas nos dois países: "Aqui, ela é cult, comprada pelas classes A e AB. Nos Estados Unidos, atinge todos os segmentos sociais. E o consumidor americano estava achando a embalagem antiquada, retrô."
Larrat-Smith acredita que o novo rótulo pode aproximar o produto ao "espectro visual" do consumidor médio americano. "E isso não foge à ideia do Warhol, que entendeu, desde cedo, que as pessoas desenvolviam uma relação emocional com os produtos, que não compravam só por necessidade."
O curador aponta, também, que Warhol gostava da "faceta democrática" da sopa, que era tomada tanto "pelo presidente do país quanto por alguém de baixa renda". "Ele sempre soube associar a própria imagem à de produtos icônicos. A Campbell's, quando ele pintou, era mais conhecida que ele. Hoje, para um determinado público, ele é mais famoso que a sopa." (RK)


Texto Anterior: Campbell's não sondou Museu Warhol
Próximo Texto: Álbum "Tropicália" ganha revisão em imagem e texto
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.