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Artista tinha a sopa entre seus pratos frequentes
DE SÃO PAULO
Além de transformar uma
lata de sopa em sua Mona Lisa, Andy Warhol, a exemplo
do que periga acontecer entre artista e musa, degustava,
em seguida, o objeto de seu
retrato.
O curador Philip Larrat-Smith conta que o artista
sempre usufruiu das variedades de Campbell's (e isso em
uma época em que a sopa
não contava com 26 sabores
de galinha). "Nos Estados
Unidos, a Campbell's é para
as massas. A lata custa cerca
de US$ 1. Tem muito sódio.
Se você toma todo dia, vai
acabar tendo um ataque cardíaco", ensinou.
Deborah Navarro, gerente
de marketing da divisão de
alimentos da Aurora, representante da Campbell's no
Brasil, aponta que a sopa é
vista de maneiras distintas
nos dois países: "Aqui, ela é
cult, comprada pelas classes
A e AB. Nos Estados Unidos,
atinge todos os segmentos
sociais. E o consumidor americano estava achando a embalagem antiquada, retrô."
Larrat-Smith acredita que
o novo rótulo pode aproximar o produto ao "espectro
visual" do consumidor médio americano. "E isso não
foge à ideia do Warhol, que
entendeu, desde cedo, que as
pessoas desenvolviam uma
relação emocional com os
produtos, que não compravam só por necessidade."
O curador aponta, também, que Warhol gostava da
"faceta democrática" da sopa, que era tomada tanto
"pelo presidente do país
quanto por alguém de baixa
renda". "Ele sempre soube
associar a própria imagem à
de produtos icônicos. A
Campbell's, quando ele pintou, era mais conhecida que
ele. Hoje, para um determinado público, ele é mais famoso que a sopa."
(RK)
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