São Paulo, quarta-feira, 19 de dezembro de 2001

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DISCO/CRÍTICA

Tamba Trio renovou fusões em LPs dos 70, agora reeditados

DO ENVIADO AO RIO

Se a excelência é a regra nos relançamentos de bossa nova e samba-jazz da Dubas e da BMG, há títulos que sobressaem pelo estranhamento, pelo inusitado. É o que acontece com "Luiz Eça-Bebeto-Helcio Milito/Tamba", que em 74 marcava a volta da formação original do Tamba Trio.
Não se trata mais de bossa nova nem de samba-jazz, mas antes de um momento inteiramente novo, todo bordado em fusões inéditas e ousadas.
A guitarra de Bebeto já chegava gemendo em "Se É Questão de Adeus Até Logo", de Tom & Dito. Canções (na voz buarquiana de Bebeto) de Marcos Valle, Donato e Deodato de um lado, de Antonio Carlos & Jocafi e João Bosco & Aldir Blanc do outro faziam o cruzamento da bossa e do samba-jazz dos 60 com o afro-samba e o samba jóia (cafona, leia-se) dos 70. No também reeditado "Tamba Trio" (75), "Visgo de Jaca", do repertório de Martinho da Vila, abria mais ainda o leque.
Os sintetizadores Moog e Arp de Luiz Eça se harmonizam com uma miniescola de samba levada por Helcio Milito na formidável "Mestre Bimba", antecipadora informal de muito do que se ouviu da Europa ao Rio nos anos 90. Medo de criar era coisa que não havia naquele Tamba Trio.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)


Tamba
    
Grupo: Tamba Trio
Lançamento: BMG (com mais 34 CDs)
Quanto: R$ 18, em média, cada CD




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