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PATRIMÔNIO
Iphan recebeu pedidos distintos de tombamento federal da direção do museu e do Instituto Lina Bo e P.M. Bardi
Masp tombado não exige uso de cavaletes
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Museu de Arte de São Paulo
(Masp) teve sua sede na avenida
Paulista tombada, em esfera federal, anteontem, pelo Conselho
Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília.
"Foram tombadas a arquitetura
e as estruturas originais do prédio, ficando indicada e recomendada a preservação dos grandes
vãos como espaços expositivos"
afirma Maurício Chagas, diretor
do departamento de Patrimônio
Material e Fiscalização do Iphan,
que participou da reunião do
Conselho.
Havia dois pedidos de tombamento no Iphan: um encaminhado pelo próprio Masp, pedindo
apenas o tombamento do edifício,
e outro mais amplo, do Instituto
Lina Bo e P. M. Bardi, solicitando
também a preservação da concepção original de Lina Bo Bardi
(1914-1992), arquiteta que projetou o museu, com amplos espaços
expositivos, sem paredes divisórias, instaladas na atual gestão do
arquiteto Júlio Neves à frente da
instituição.
Pela decisão do Iphan, venceu a
direção do Masp, pois os famosos
cavaletes de concreto e vidro, que
permitiam maior fluidez na área
expositiva, não devem ser usados
de forma obrigatória, de acordo
com o tombamento aprovado.
"Não está sendo tombada a disposição museográfica. O espaço
permite as mais variadas concepções museográficas, e indicamos
que a fluidez original seja mantida. Mas não haverá sanção, caso
tal disposição não seja aceita",
afirma Chagas.
"É um reconhecimento ao trabalho da Lina, e uma vitória também da cidade de São Paulo. Pedimos o tombamento do Masp para
alcançar prestígio nacional, pois
nossa cidade tem poucos símbolos reconhecidos. O Masp já é
tombado na esfera estadual e municipal, todas as obras de adaptações no museu que realizamos foram aprovadas por órgãos estaduais e municipais", conta Júlio
Neves.
Efetivação
Para que seja efetivado, o tombamento precisa ainda ser homologado pelo ministro da Cultura,
Gilberto Gil, mas o prazo para tal
ato não é certo, segundo Chagas.
"Ainda não fomos informados
formalmente do tombamento. O
que gostaríamos é que o Masp
fosse mantido na forma original
de concepção de Lina e do Bardi",
conta Flávia Damico, arquiteta do
Instituto que leva o nome dos
criadores do museu.
Na mesma reunião do Conselho
Consultivo, foi decidido o tombamento da cidade Piranhas, em
Alagoas, e a ampliação da área
tombada da cidade de Goiás Velho, em Goiás.
Outro ponto da pauta, o tombamento do corredor da Vitória, em
Salvador, foi adiado, pois um dos
membros da instituição pediu
vistas do processo.
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