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ILUSTRADA
ABL elege Marco Maciel para a vaga de Marinho
HENRI CARRIÈRES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Por 28 votos a nove, o senador
Marco Maciel (PFL-PE), 63, derrotou ontem o escritor e jornalista
Fernando Morais, 57, e conquistou a cadeira 39 da ABL (Academia Brasileira de Letras), ocupada
anteriormente pelo empresário e
jornalista Roberto Marinho, morto em 6 de agosto deste ano.
"Para mim, era algo inimaginável pertencer à Academia Brasileira de Letras", disse Maciel, que
aguardou no hotel Glória (zona
sul do Rio) o resultado da votação. É praxe que os candidatos
não residentes no Rio se hospedem num hotel enquanto ocorre a
votação secreta, na Sala da Sessão
do Petit Trianon (sede da ABL).
Apesar de ser autor de obras jurídicas e de alguns estudos sobre o
liberalismo, Maciel ingressa na
ABL mais como personalidade
pública do que como um homem
de letras.
Segundo o acadêmico Marcos
Vilaça, de quem partiu o convite
para que Marco Maciel disputasse
a cadeira nš 39, o ex-vice-presidente (1995-2002) integrará na
Academia o "grupamento dos expoentes".
Alberto da Costa e Silva, presidente da instituição, concorda
com a observação de Vilaça. "A
Academia não tem de abrigar
apenas escritores, ela tem de abrigar os expoentes da vida nacional
que escrevem. Por isso ela teve em
seus quadros Osvaldo Cruz, Santos Dumont, Getúlio Vargas", disse Costa e Silva, que será substituído hoje na presidência da ABL
pelo poeta e tradutor Ivan Junqueira.
Mencionando o senador e acadêmico José Sarney, Maciel disse
que a relação com o mundo da
cultura também faz parte do ofício político. "Para o homem público, nada que é humano lhe é estranho."
Com a admissão de Maciel na
ABL, sobe para três o número de
pernambucanos entre os atuais
membros. Os outros são Evanildo
Bechara e Marcos Vilaça.
Para poder frequentar as atividades da ABL, Maciel afirmou
que agora incluirá em sua agenda
"uma presença mais frequente no
Rio de Janeiro".
Enorme oponente
Principal adversário de Marco
Maciel, o mineiro Fernando Morais, passou o dia no hotel Copacabana Palace, na zona sul da capital carioca.
Antes do escrutínio, Morais,
que acaba de lançar o livro "Cem
Quilos de Ouro", pela Companhia
das Letras, já havia reconhecido
que a disputa seria difícil. "É um
enorme oponente, um homem
com uma história de vitórias eleitorais. Nunca perdeu uma eleição
na vida", disse o escritor.
Morais afirmou que não voltará
a tentar uma vaga na ABL. Hoje,
ele embarca para Portugal, onde
descansará da campanha para
acadêmico.
"É mais difícil do que ser candidato a governador de São Paulo",
afirmou ele, que se candidatou ao
governo do Estado em 2002, pelo
PMDB, mas acabou desistindo da
disputa.
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