São Paulo, segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

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PATRIMÔNIO

Paralisação da unidade deve ocorrer a partir de março ou abril de 2006; sede na Paulista ganha programação

Sesc Belenzinho fecha para reforma até 2009

PEDRO IVO DUBRA
DO GUIA DA FOLHA

Os que se acostumaram a freqüentar o Sesc Belenzinho em busca de uma agenda de artes cênicas de bom nível ficarão órfãos: a unidade será fechada para reformas a partir de março ou abril de 2006 e só deve voltar a funcionar em 2009. Há, porém, uma compensação: está previsto para fevereiro do ano que vem o lançamento de um espaço que encampa em parte o espírito de programação criado na zona leste paulistana.
No número 119 da avenida Paulista, onde já funciona o Sesc que leva o nome da via, será fundeado um novo pólo da instituição.
Com a exceção de alguns shows instrumentais e de uma galeria de arte, o Sesc Avenida Paulista sempre foi ofuscado por outros pontos da rede no que diz respeito às atividades: era, mais do que qualquer coisa, a sede da administração paulista do Serviço Social do Comércio. Em novembro, os funcionários administrativos migraram para o Belenzinho, deixando o prédio da Paulista, com 15 andares, praticamente vazio.
"A Paulista é a grande aposta. Achamos conveniente, já que havia espaço no Belenzinho, levar a administração para ele e deixar a sede destinada à programação. A Paulista tem uma facilitação para a freqüência", afirma Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo.
Agora, o que fazer com o local nobre, especialmente num momento em que o Sesc Belenzinho fica desativado? "[O Avenida Paulista] terá um importante componente tecnológico e será voltado para a arte e para o corpo. No caso da arte, para tudo o que tenha um caráter mais moderno, tecnológico, de novas mídias. Na questão corporal, terá uma série de atividades voltadas para o bem-estar pessoal e físico", diz Miranda. "Terá teatro, também, nas condições que a unidade permite."
A gerente do Belenzinho, Elisa Maria Americano Saintive, assumirá o comando do Sesc Avenida Paulista, juntando funções até o fechamento do Sesc da zona leste.
Em 1998, começou a ocupação "provisória" do Sesc Belenzinho: a reforma já era desde então planejada, uma vez que o espaço não dispõe de equipamentos como piscinas e quadras para atender à população do entorno, coisa que acontece em outros Sescs.
E o que devem pensar os órfãos teatrais do Belenzinho? "Faremos teatro onde for possível. É possível intensificar a programação no Pompéia para compensar a ausência do Sesc Belenzinho por um tempo. E temos teatro em Santana, em Pinheiros, [teremos] na própria Paulista. Não estamos em falta", afirma o diretor.
O novo Belenzinho, depois de pronto, será a maior unidade do Sesc em área construída. Terá uma sala de teatro mais convencional e três espaços que evocarão os galpões que desaparecerão. A verba de remodelação do Avenida Paulista ainda não foi definida.


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