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SP recebe Madonna mais descontraída
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Após 1h50 de um atraso que
levou o público a vaiá-la e a gritar coisas como "piranha", Madonna realizou ontem, no estádio do Morumbi, o primeiro
dos três shows paulistanos. O
segundo acontece amanhã; o
terceiro, no domingo.
Mas bastou a cantora de 50
anos entrar em cena, sentada
num trono, para tomar o público para si. E ficou com as cerca
de 67 mil pessoas nas mãos por
quase duas horas, cercada por
uma produção gigantesca, que
inclui telões que se movimentam, dezenas de bailarinos e várias trocas de roupa.
O último show de Madonna
em São Paulo será também o
último da turnê "Sticky &
Sweet", iniciada em 23 de agosto, em Cardiff (País de Gales).
E, se a superprodução diminui
espaços para improvisos, Madonna soltou-se durante a
apresentação de ontem.
Diferentemente do ocorrido
em outros shows da turnê, em
que interage pouco com a platéia, ontem a cantora falou diversas vezes com o público
-soltou até um "puta", durante
"She's Not Me", brincando com
uma das bailarinas.
"Brasiiiiil, eu te amo", declarou, a certa altura. Em outro
momento: "I love you, Brasil.
I'm so glad to be here in São
Paulo" (Eu te amo, Brasil. Estou muito contente por estar
aqui em São Paulo).
Em seguida, pediu a uma pessoa que escolhesse uma canção-o pedido foi "Like a Virgin", que Madonna cantou a capela, acompanhada por aplausos da platéia.
Para cantar "Give it to Me", a
última das 19 canções, Madonna vestiu camisa da Seleção
Brasileira, a mesma usada em
apresentação no Rio.
Atraso
A cantora desembarcou em
São Paulo e foi direto ao Morumbi. Chegou com atraso ao
estádio, pouco antes das 17h.
Enquanto passava o som (cantou trechos de oito canções), os
portões foram abertos e muita
gente levou um susto ao ver a
popstar, numa roupa preta,
cantando no palco.
O DJ Paul Oakenfold abriu a
noite, às 20h. Tocou por menos
de uma hora e, quando passava
das 21h30, começaram as vaias
devido ao atraso da cantora.
Grandioso, o show é dividido
em quatro partes: "Pimp" (de
inspiração art déco); "Old
School" (em que Madonna remete ao início de sua carreira);
"Gipsy" (em que elementos latinos e ciganos dão o tom); e
"Rave/Dominatrix" (aqui, Madonna transforma o Morumbi
em uma pista de dança).
O espetáculo é centrado nas
canções de "Hard Candy", seu
mais recente disco. Nove canções do show são desse álbum.
Madonna não tem receio em
alterar, ao vivo, o arranjo da
maioria de suas músicas. "Vogue" é cantada em cima das batidas da recente "4 Minutes";
"Borderline" ganha um acento
roqueiro, com Madonna empunhando uma guitarra; "Like a
Prayer" aparece vestida com
roupagem electro. O público
aplaude, em sinal de aprovação
às mudanças.
Diferentemente do ocorrido
em Cardiff, em show assistido
pela Folha, cantora e público
pareciam emocionados -em
uma versão mais bem acabada
do que em disco, com nuances
de teclados e bateria, "Miles
Away" faz o Morumbi bater
palmas. Em "Give it to Me", vai
de um lado ao outro, satisfeita
com a calorosa recepção. Neste
primeiro show em SP, Madonna conseguiu aliar o rigor da
milimétrica produção a uma
espontaneidade bem-vinda.
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