São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

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SP recebe Madonna mais descontraída

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Após 1h50 de um atraso que levou o público a vaiá-la e a gritar coisas como "piranha", Madonna realizou ontem, no estádio do Morumbi, o primeiro dos três shows paulistanos. O segundo acontece amanhã; o terceiro, no domingo.
Mas bastou a cantora de 50 anos entrar em cena, sentada num trono, para tomar o público para si. E ficou com as cerca de 67 mil pessoas nas mãos por quase duas horas, cercada por uma produção gigantesca, que inclui telões que se movimentam, dezenas de bailarinos e várias trocas de roupa.
O último show de Madonna em São Paulo será também o último da turnê "Sticky & Sweet", iniciada em 23 de agosto, em Cardiff (País de Gales). E, se a superprodução diminui espaços para improvisos, Madonna soltou-se durante a apresentação de ontem.
Diferentemente do ocorrido em outros shows da turnê, em que interage pouco com a platéia, ontem a cantora falou diversas vezes com o público -soltou até um "puta", durante "She's Not Me", brincando com uma das bailarinas.
"Brasiiiiil, eu te amo", declarou, a certa altura. Em outro momento: "I love you, Brasil. I'm so glad to be here in São Paulo" (Eu te amo, Brasil. Estou muito contente por estar aqui em São Paulo).
Em seguida, pediu a uma pessoa que escolhesse uma canção-o pedido foi "Like a Virgin", que Madonna cantou a capela, acompanhada por aplausos da platéia.
Para cantar "Give it to Me", a última das 19 canções, Madonna vestiu camisa da Seleção Brasileira, a mesma usada em apresentação no Rio.

Atraso
A cantora desembarcou em São Paulo e foi direto ao Morumbi. Chegou com atraso ao estádio, pouco antes das 17h. Enquanto passava o som (cantou trechos de oito canções), os portões foram abertos e muita gente levou um susto ao ver a popstar, numa roupa preta, cantando no palco.
O DJ Paul Oakenfold abriu a noite, às 20h. Tocou por menos de uma hora e, quando passava das 21h30, começaram as vaias devido ao atraso da cantora.
Grandioso, o show é dividido em quatro partes: "Pimp" (de inspiração art déco); "Old School" (em que Madonna remete ao início de sua carreira); "Gipsy" (em que elementos latinos e ciganos dão o tom); e "Rave/Dominatrix" (aqui, Madonna transforma o Morumbi em uma pista de dança).
O espetáculo é centrado nas canções de "Hard Candy", seu mais recente disco. Nove canções do show são desse álbum.
Madonna não tem receio em alterar, ao vivo, o arranjo da maioria de suas músicas. "Vogue" é cantada em cima das batidas da recente "4 Minutes"; "Borderline" ganha um acento roqueiro, com Madonna empunhando uma guitarra; "Like a Prayer" aparece vestida com roupagem electro. O público aplaude, em sinal de aprovação às mudanças.
Diferentemente do ocorrido em Cardiff, em show assistido pela Folha, cantora e público pareciam emocionados -em uma versão mais bem acabada do que em disco, com nuances de teclados e bateria, "Miles Away" faz o Morumbi bater palmas. Em "Give it to Me", vai de um lado ao outro, satisfeita com a calorosa recepção. Neste primeiro show em SP, Madonna conseguiu aliar o rigor da milimétrica produção a uma espontaneidade bem-vinda.


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