São Paulo, sábado, 19 de dezembro de 2009

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TRECHO

Era espantosamente original, em 1908, para um artista modernista aspirando a um olhar internacional que levasse a arte para além dos limites do shtetl -ambiente do qual todos que tinham ambições culturais estavam tentando escapar e que era desprovido de qualquer tradição pictórica.
Ninguém mais consideraria que esse era um mundo que valia a pena retratar. (...) Chagall podia pintar a Vitebsk judaica daquele jeito porque São Petersburgo lhe havia dado a perspectiva distanciada necessária para enxergar a obsolescência cultural daquele ambiente que ainda o alimentava. (...)
Foi somente naquela breve janela da história, a década única de sublevações dos valores culturais entre a primeira revolução russa em 1905 e a chegada de Lênin em 1917, que a comunidade judaica ortodoxa poderia ter encontrado seu cronista -um judeu a caminho do exílio, com um pé no shtetl e outro em São Petersburgo. Extraído de "Chagall - Amor e Exílio"


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