São Paulo, Quinta-feira, 20 de Janeiro de 2000


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Fortaleza na rota das artes com Dragão do Mar e Alpendre

Juliana Monachesi/Folha Imagem
Fachada do prédio principal do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, Ceará



Dois novos espaços multidisciplinares transformam a capital cearense em pólo cultural do Nordeste


JULIANA MONACHESI
enviada especial a Fortaleza


Fortaleza é uma cidade ambiciosa. Para quem não visita a capital cearense há mais de dois anos, pode ser uma surpresa deparar-se com o megacomplexo cultural incrustado no centro da cidade, chamado Dragão do Mar.
Os números são grandiosos: em uma área de 30 mil m2 foram construídos dois museus, teatro, anfiteatro, biblioteca, dois cinemas e um planetário, além de lanchonetes, livraria etc. O projeto do governo do Estado custou US$ 25 milhões. Entre agosto de 98 e outubro de 99, circularam pelo centro cultural 540 mil pessoas.
O Dragão do Mar, gerido por uma organização social (entidade privada sem fins lucrativos que administra serviços públicos em área não exclusiva de atuação do governo), é o maior trunfo do projeto de colocar Fortaleza no circuito cultural do país.
Inaugurada oficialmente em abril de 99 (funcionou em caráter experimental a partir de agosto de 98), a menina dos olhos da Secretaria da Cultura provocou uma mudança no cenário: tem despertado o interesse de um novo público para as artes e contribui para a revitalização de área degradada da capital (leia texto nesta pág.).
O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura foi criado para atuar em conjunto com o Instituto Dragão do Mar de Arte e da Indústria Audiovisual, escola de formação em cinema, dramaturgia, vídeo, dança, design e teatro.
No ano passado, o Dragão do Mar levou a Fortaleza os músicos Zeca Baleiro, Daúde, Ed Mota, o Balé de Londrina, um espetáculo de Mário Lago, várias exposições de arte. "Nós éramos acanhados em viabilizar um evento cultural para cá porque não tínhamos espaços apropriados. O Dragão aumenta até a auto-estima dos cearenses", exagera Antonio de Pádua Araújo, diretor do centro cultural.
O Museu de Arte Contemporânea é, dos equipamentos culturais do Dragão, o que mais impulsiona essa inserção no circuito (leia texto ao lado). Nas outras áreas, apesar da preocupação em não imprimir um caráter regionalista à escolha dos eventos que promove, o centro cultural ainda fica preso a produções locais.
Mais um indício de que Fortaleza vai se firmando como um pólo cultural no Nordeste é o surgimento, há poucos meses, de um espaço cultural alternativo, o Alpendre, cuja proposta é discutir a possibilidade da arte contemporânea nos dias de hoje.
O Alpendre surgiu de um grupo de pessoas que desenvolviam pesquisas nas áreas de fotografia, artes plásticas, vídeo, dança, teatro e literatura e resolveram explorar as afinidades entre essas áreas.
Organizaram uma espécie de grupo de estudos e, em dezembro de 99, inauguraram o Alpendre, centro cultural que promove eventos nas áreas mencionadas, sempre com um complemento didático, como palestras e workshops, voltados para a formação do público.


A jornalista Juliana Monachesi viajou a convite do Dragão do Mar


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