São Paulo, domingo, 20 de janeiro de 2008

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Crítica

"Miami Vice" une alta arte e indústria

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Policial infiltrado em gangues -o que o obriga a ficar numa gangorra maluca entre cometer crimes para dar credibilidade ao seu personagem bandido e no final das contas mostrar sua verdadeira identidade e pôr toda a turma em cana-, Sonny Crockett deve ter seu coração batendo sempre no limite dos seus pulsos.
No limite e, também, meio fechado para grandes romances. Mas não blindado, porque ele cairá de amores por Isabel- la, mulher de um traficante, o que põe em risco a operação.
O diretor Michael Mann consegue, com esse fiapo de trama, fazer de "Miami Vice" (TC Premium, 22h) um dos melhores filmes recentes, utilizando os largos recursos da indústria para criar pessoalmente sua alta arte. O que, na prática, justifica a tese de que o mais importante no cinema é a forma.
É, por exemplo, por meio da montagem e da câmera na mão que Michael Mann reproduz a pulsação taquicárdica de seus personagens, sem deixar de lado a atenção aos detalhes ou à contemplação, como na seqüência em que o tira passeia de lancha com sua amada, o que é mostrado como deleite visual-sonoro em belíssimas aéreas ao som de "One of These Mornings", do Moby.
E não é supérfluo citar que Sonny é Colin Farrell, e Isabella é Gong Li, casal de bastante química. E graças, evidentemente, a Michael Mann, que fez gastar muitos negativos até chegar ao que vemos na tela, que é de cair para trás de bom.


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