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Feira Arco investe em
produção de emergentes
Evento em Madri teve galerias russa e iraniana
MARIO GIOIA
ENVIADO ESPECIAL A MADRI
A 26ª Arco, uma das maiores
feiras de arte contemporânea
do mundo, realizada em Madri,
teve nos países emergentes um
de seus focos. Além de ter eleito
a Coréia do Sul como país convidado do evento -o primeiro
asiático na história da feira-,
apresentando 15 galerias em
um de seus pavilhões, foi visível
o empenho da organização da
Arco em exibir artistas de países em desenvolvimento.
"A escolha da Coréia do Sul
representa o esforço da Arco
em investir em novos territórios com boa produção artística
contemporânea", diz a diretora
da feira, Lourdes Fernández. A
Coréia do Sul tem dado sinais
de interesse em relação ao circuito da arte contemporânea. O
país é responsável por duas bienais em ascensão, as de Gwangju e a de Busan.
Obras de artistas sul-coreanos se espalharam por Madri,
com mostras em uma dezena
de espaços. Um dos destaques
foi a instalação de Ahn Kyuchul, 47, na Casa Encendida,
centro privado de artes que
destaca novas linguagens.
"49 Salas" é formada por 112
portas dispostas em um conjunto retangular, que origina as
salas do título da obra. "É como
se fosse um labirinto. A circulação no ambiente não é fluida",
explica o artista.
O visitante que passeou pelo
evento -que terminou ontem
com público estimado em mais
de 200 mil- teve acesso a trabalhos de outros países com
produção contemporânea em
expansão, como Rússia, China,
Irã e Líbano, além da forte presença latino-americana.
"Nossos artistas desenvolvem suas obras em Teerã, mas
também estão radicados na Inglaterra e no Canadá", disse à
Folha o diretor da galeria Silk
Road, Anahita Ghabaian-EtteHadieh, único iraniano no
evento e que estréia na Arco.
Especializada em fotografia, a
galeria exibiu bons trabalhos de
videoarte de Sadegh Tirafkran
e Seifollah Samadian.
Outra representante solitária, a russa Aidan centrou seus
esforços em Elena Berg e Philipp Dontsov. De Berg, foi apresentada interessante videoinstalação, "Confrontation".
Dontsov exibiu uma videoinstalação e objetos da série "Observer", o melhor do espaço.
Em diversas galerias, havia
obras de artistas de países
emergentes, em especial a China. A nova-iorquina Charles
Cowles destacou Xiaoze Xie,
autor de telas de tom hiper-realista. O estilo foi fartamente
visto, tão comum quanto as fotografias urbanas de espaços
destituídos de pessoalidade.
As galerias brasileiras Brito
Cimino, Casa Triângulo e Leme
não se limitaram a artistas nacionais. A Brito Cimino exibiu
os argentinos Liliana Porter e
Leandro Erlich. A Leme apresentou a peruana Sandra Gamarra. Já a Triângulo expôs a
japonesa Kaoru Katayama.
O jornalista MARIO GIOIA viajou a Madri a convite da Turespaña
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