São Paulo, terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

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Feira Arco investe em produção de emergentes

Evento em Madri teve galerias russa e iraniana

MARIO GIOIA
ENVIADO ESPECIAL A MADRI

A 26ª Arco, uma das maiores feiras de arte contemporânea do mundo, realizada em Madri, teve nos países emergentes um de seus focos. Além de ter eleito a Coréia do Sul como país convidado do evento -o primeiro asiático na história da feira-, apresentando 15 galerias em um de seus pavilhões, foi visível o empenho da organização da Arco em exibir artistas de países em desenvolvimento.
"A escolha da Coréia do Sul representa o esforço da Arco em investir em novos territórios com boa produção artística contemporânea", diz a diretora da feira, Lourdes Fernández. A Coréia do Sul tem dado sinais de interesse em relação ao circuito da arte contemporânea. O país é responsável por duas bienais em ascensão, as de Gwangju e a de Busan.
Obras de artistas sul-coreanos se espalharam por Madri, com mostras em uma dezena de espaços. Um dos destaques foi a instalação de Ahn Kyuchul, 47, na Casa Encendida, centro privado de artes que destaca novas linguagens.
"49 Salas" é formada por 112 portas dispostas em um conjunto retangular, que origina as salas do título da obra. "É como se fosse um labirinto. A circulação no ambiente não é fluida", explica o artista.
O visitante que passeou pelo evento -que terminou ontem com público estimado em mais de 200 mil- teve acesso a trabalhos de outros países com produção contemporânea em expansão, como Rússia, China, Irã e Líbano, além da forte presença latino-americana.
"Nossos artistas desenvolvem suas obras em Teerã, mas também estão radicados na Inglaterra e no Canadá", disse à Folha o diretor da galeria Silk Road, Anahita Ghabaian-EtteHadieh, único iraniano no evento e que estréia na Arco. Especializada em fotografia, a galeria exibiu bons trabalhos de videoarte de Sadegh Tirafkran e Seifollah Samadian.
Outra representante solitária, a russa Aidan centrou seus esforços em Elena Berg e Philipp Dontsov. De Berg, foi apresentada interessante videoinstalação, "Confrontation". Dontsov exibiu uma videoinstalação e objetos da série "Observer", o melhor do espaço.
Em diversas galerias, havia obras de artistas de países emergentes, em especial a China. A nova-iorquina Charles Cowles destacou Xiaoze Xie, autor de telas de tom hiper-realista. O estilo foi fartamente visto, tão comum quanto as fotografias urbanas de espaços destituídos de pessoalidade.
As galerias brasileiras Brito Cimino, Casa Triângulo e Leme não se limitaram a artistas nacionais. A Brito Cimino exibiu os argentinos Liliana Porter e Leandro Erlich. A Leme apresentou a peruana Sandra Gamarra. Já a Triângulo expôs a japonesa Kaoru Katayama.


O jornalista MARIO GIOIA viajou a Madri a convite da Turespaña


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