São Paulo, terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

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Música

"Ensaio" revê vida de Adoniran Barbosa

RAQUEL COZER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se a imagem de Adoniran Barbosa aos 70, voz rouca de fumante, cantando "Saudosa Maloca" não basta para ajudar a entender o maior nome do samba de São Paulo, o compositor trata de dar outra pista ao desmentir sua própria cronologia no "Ensaio Especial" dedicado a ele.
Gravado em 1972, o programa exibido hoje na Cultura assinala as datas de nascimento e morte do músico (1910-1982), mas Adoniran diz que não foi bem assim: nasceu foi em 1912, e a família adulterou o "batistério" para ele "pegar no basquete" mais cedo, "que a fábrica não aceitava gente com dez anos, só com 12".
Ninguém duvida de que a precocidade tenha ajudado a criar o melhor tradutor da alma paulistana, com seu linguajar mezzo caipira, mezzo italiano.
A vida do entregador de marmita que roubava uns bolinhos ("Não era malandragem, era fome") e que virou compositor gravado por Elis Regina não chegou a ser fácil. "Entrei na rádio porque quis, ninguém quis, ninguém quer, até hoje batem na minha cara a porta."
Entre um e outro causo em tom confessional de mesa de bar, fica a sensação de que não se sabe da missa um terço. Talvez porque a maior riqueza das vivências de Adoniran esteja mesmo em letras como "Samba do Arnesto" e "Tiro ao Álvaro", que dispensam apresentações.


ENSAIO ESPECIAL
Onde:
Cultura
Quando: à 1h15


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