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Vigia acha telas roubadas de Monet e Van Gogh em estacionamento suíço
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
Dois dos quatro quadros de
mestres do impressionismo
roubados há dez dias de um
museu de Zurique foram recuperados ontem. As obras de
Vincent Van Gogh e Claude
Monet -estimadas em US$
64 milhões (R$ 113,6 milhões)- estavam em um carro destrancado parado no pátio de uma clínica psiquiátrica que fica a 500 metros do
museu E. G. Buehrle.
As telas encontradas foram
"Papoulas em Vetheuil", de
Monet, e "Castanheiro em
Flor", de Van Gogh. Segundo
a polícia, o vigia do estacionamento fazia uma ronda na
noite de segunda quando descobriu as pinturas no banco
traseiro de um Omega branco, ainda com a moldura e o
vidro de proteção originais.
Os outros dois quadros levados do E. G. Buehrle, "O
Menino de Colete Vermelho", de Paul Cézanne (a mais
valiosa do conjunto, avaliada
em US$ 91 milhões), e "O
Conde Lepic e Suas Meninas", de Edgar Degas, continuam desaparecidos. A ação,
em que três homens renderam os funcionários com armas, foi considerada um dos
maiores roubos de obras de
arte já vistos na Europa. Juntas, as pinturas roubadas têm
valor estimado em US$ 163
milhões (R$ 287,7 milhões).
"A grave ferida infligida em
nossa casa em 10 de fevereiro
foi parcialmente fechada",
disse ontem o diretor do museu, Lukas Gloor, segundo o
qual as pinturas estão intactas. Não foi informado se há
pistas dos ladrões. O porta-voz da polícia de Zurique,
Marco Cortesi, disse que parte da recompensa de US$ 90
mil (R$ 159 mil) oferecida será paga ao vigia.
A ousadia dos assaltantes
chocou os suíços. Usando
máscaras de esqui e roupas
escuras, três assaltantes armados obrigaram os funcionários a deitar no chão enquanto levavam os quadros.
Poucos dias antes, dois quadros de Picasso, ainda desaparecidos, haviam sido levados de um centro cultural
perto de Zurique.
A Coleção Buehrle abriga
um dos mais importantes
acervos de arte impressionista e pós-impressionista da
Europa, mas tem uma história controvertida. O museu
foi fundado pelo industrial
Emil Georg Buehrle, que fez
fortuna durante a Segunda
Guerra vendendo armas para
os nazistas. Buehrle começou
a colecionar arte nos anos 30.
Com agências internacionais
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