|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
crítica
Disco aponta para mudança de rota no som
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Se não arrisca tanto como na conversão norte-americana (realizada com o disco "The Joshua
Tree", 1987) e na convergência com a eletrônica ("Achtung Baby", 1991), em uma
nova guinada artística o U2
pelo menos se levanta do trono de "maior banda da Terra" e faz algum exercício físico.
É o U2 de "No Line on the
Horizon", o 12º álbum de estúdio da banda irlandesa.
"No Line on the Horizon",
a faixa-título, é carregada da
tensão que dava o tom à banda nos anos 80. Esse sentimento continua em "Magnificent", mas com uma orquestração suspeita.
Na balada meio épica "Moment of Surrender", Bono
não se segura e coloca sua
voz em primeiro plano. Em
"Unknown Caller", quem
manda é The Edge, que aparece com suas características
notas de guitarra: contidas,
mas marcantes.
O U2 é uma banda curiosa:
engajada, séria, dedicada a
traduzir o mundo. Mas capaz
de criar bobagens nonsense
como "I'll Go Crazy If I Don't
Go Crazy Tonight". Que dá
lugar a "Get On Your Boots",
talvez a única faixa que pareça com o U2 mais recente:
rock inofensivo, bom para
ouvir na espera do dentista.
Em "Stand Up Comedy",
Edge toma as rédeas com
uma guitarra funk. Após um
misterioso e climático início,
"Fez" remete ao Marrocos e
ao U2 do início dos anos 80.
"White As Snow", lenta,
serve para Bono se lamentar;
contrasta com "Breathe":
quase um hino. "Cedars of
Lebanon", balada pontuada
por uma bateria marcante,
encerra o disco.
NO LINE ON THE HORIZON
Artista: U2
Lançamento: Universal
Quanto: indefinido (nas lojas
brasileiras em 3 de março)
Avaliação: bom
Texto Anterior: O novo U2 Próximo Texto: Crítica/"Quem Quer Ser um Milionário?": Boyle força a mão e transforma a Índia em esgoto a céu aberto Índice
|