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"Central" abre o Mercocine amanhã
JOSÉ GERALDO COUTO
da Equipe de Articulistas
Uma exibição de "Central do
Brasil", de Walter Salles, e uma homenagem à atriz brasileira Fernanda Montenegro abrem oficialmente amanhã à noite o 1º Festival de
Cinema do Mercosul (Mercocine),
em Punta del Este (Uruguai).
Promovido pelo Ministério de
Turismo do Uruguai e pela Intendência de Maldonado, o festival
-que não é competitivo- vai exibir até 28 de fevereiro 18 longas-metragens produzidos recentemente na região (leia quadro ao lado).
O Brasil estará representado por
seis filmes: "Central do Brasil",
"Amor & Cia.", "O Viajante", "For
All", "Amores" e "O Toque do
Oboé", este último uma co-produção com o Paraguai.
A Argentina também tem seis
longas no evento. Entre eles, destacam-se "El Viento Se Llevó lo
Que", de Alejandro Agresti (programado para amanhã), e "La Nube", de Fernando Solanas (dia 27).
O filme de Agresti ganhou no último Festival de Havana o prêmio
de segundo melhor filme, além dos
de melhor roteiro e ator coadjuvante (para Ulises Dumont).
Conta a história de uma taxista
de Buenos Aires que viaja ao sul do
país para mudar de vida e chega a
um povoado onde o único contato
com o mundo exterior é proporcionado pelos velhos filmes exibidos no cinema local.
Já o filme de Solanas dividiu a
crítica ao ser apresentado no último Festival de Veneza, com sua
simbologia um tanto pesada: chove sem parar em Buenos Aires,
pois uma nuvem gigante estacionou sobre a cidade, e as pessoas
andam para trás.
Solanas tem em seu currículo
obras importantes, como "La Hora
de los Hornos" (1968) e "Tangos
-Exílio de Gardel" (1985).
Outra atração argentina, pelo
menos como curiosidade, é o longa de episódios "Mala Época", realizado por alunos da Universidade
del Cine. São quatro histórias envolvendo distintas classes sociais
de Buenos Aires.
A predominância de produções
argentinas e brasileiras reflete a situação de precariedade do cinema
no restante do continente.
O Uruguai, país anfitrião, comparece com apenas dois filmes
("Otario" e "El Chevrolé"), assim
como o Chile ("El Hombre que
Imaginaba" e "Gringuito") e a Bolívia ("Jonás y la Ballena Rosada" e
"El Dia que Murió el Silencio").
O Paraguai tem apenas um representante ("O Toque do Oboé"),
ainda assim uma co-produção
com o Brasil.
Não se trata de um problema de
seleção. É a produção que é mesmo
incipiente na região.
Um dos objetivos do Festival do
Mercosul é justamente contribuir
para fazer frente a essa situação.
Segundo Benito Stern, ministro
do Turismo do Uruguai e presidente da comissão organizadora
do festival, a meta do evento é possibilitar "a aproximação e o maior
entrosamento entre os realizadores e produtores do Cone Sul".
Além de Fernanda Montenegro,
o festival homenageará também o
produtor brasileiro Luiz Carlos
Barreto e o ator e escritor uruguaio
Antonio Larreta.
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