São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 2000


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INTERNET
O 2º Festival Internacional do Filme da Internet, encerrado ontem, reuniu 200 artistas na França
Animação para web domina festival

LUCAS BAMBOZZI
especial para a Folha

Terminou ontem a segunda edição do Fifi, o Festival International du Film de L'Internet (Festival Internacional do Filme da Internet). O evento reuniu cerca de 200 artistas com a proposta de discussão do futuro do audiovisual a partir da perspectiva de veiculação e distribuição de filmes e vídeos através da rede.
Muitos dos trabalhos tiveram em comum a utilização de recursos típicos dos softwares de produção de conteúdo interativo e animações para web, como Shockwave e Flash (formatos de compressão de imagem e animação desenvolvidos pela Macromedia).
Nesse ano, a direção do festival, previsto para acontecer on line desde sua primeira edição, optou pela realização de um encontro menos virtual e sediou o evento na cidade de Lile, norte da França, onde se realizaram vários eventos complementares à mostra competitiva.
A programação incluiu work shops de produção de vídeos movidos a Flash, demonstrações de projeção digital e uma sessão com cerca de 50 websites selecionados pelos organizadores por apontarem propostas diferentes de utilização da web para estéticos e artísticos. O ponto de confluência das questões que sempre pairam no ar diante de novas perspectivas audiovisuais foi o Digima, um fórum de discussão e análise sobre as implicações dessas formas de entretenimento e arte na Internet (http://www.digima.org).
O Brasil participou com 5 trabalhos selecionados para uma mostra especial chamada Un Autre Monde (Um Outro Mundo), que pretende se tornar uma vitrine para artistas de uma mesma língua ou cultura.
Dedicada esse ano ao Brasil e a Portugal, os organizadores acreditam que a mostra possa funcionar como uma sugestão de maior aproximação entre os países dentro do mundo virtual. Apesar dos representantes da cultura lusófona no mundo chegarem a mais de 180 milhões de indivíduos, a mostra recebeu poucas inscrições, o que atesta de uma forma ou de outra o caráter disperso da rede, ou seja, que entre as comunidades virtuais as relações se dão mais por interesses particulares e individuais do que pela promoção de proximidades culturais.
Para as próximas edições os organizadores pretendem concentrar esforços para tornar o evento (que será sediado em Lile até 2004) mais internacionalizado e com mais convidados provenientes de um maior número de países.
Vincent-Cyril prevê mudanças no calendário para se adaptar às logísticas das companhias aéreas internacionais no período da primavera européia e espera que o número de participantes registrados e credenciados ultrapasse os 500 dessa edição.
O evento de premiação aconteceu com surpresas e pompas típicas de entrega de Oscar e foi transmitido ao vivo pela Internet. O site mais aclamado pelos internautas, que votaram nos indicados, foi a animação John Lecrocheur (40 minutos de duração) do realizador francês Jérôme Mouscadet. Ele recebeu um contrato de difusão e distribuição do portal The Bit Screen (http://www.thebitscreen.com).
Os endereços dos sites premiados pelo júri e pelas associações que apoiaram o festival (mais de 10 prêmios ao todo) estão no site http://www.internet-film.org, em que ainda se encontra a lista de todos os trabalhos selecionados para o evento.


Lucas Bambozzi é videoartista e pesquisador de novos meios; esteve em Lile a convite da organização do festival.


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