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INTERNET
O 2º Festival Internacional do Filme da Internet, encerrado ontem, reuniu 200 artistas na França
Animação para web domina festival
LUCAS BAMBOZZI
especial para a Folha
Terminou ontem a segunda
edição do Fifi, o Festival International du Film de L'Internet (Festival Internacional do Filme da
Internet). O evento reuniu cerca
de 200 artistas com a proposta de
discussão do futuro do audiovisual a partir da perspectiva de veiculação e distribuição de filmes e
vídeos através da rede.
Muitos dos trabalhos tiveram
em comum a utilização de recursos típicos dos softwares de produção de conteúdo interativo e
animações para web, como
Shockwave e Flash (formatos de
compressão de imagem e animação desenvolvidos pela Macromedia).
Nesse ano, a direção do festival,
previsto para acontecer on line
desde sua primeira edição, optou
pela realização de um encontro
menos virtual e sediou o evento
na cidade de Lile, norte da França,
onde se realizaram vários eventos
complementares à mostra competitiva.
A programação incluiu work
shops de produção de vídeos movidos a Flash, demonstrações de
projeção digital e uma sessão com
cerca de 50 websites selecionados
pelos organizadores por apontarem propostas diferentes de utilização da web para estéticos e artísticos. O ponto de confluência
das questões que sempre pairam
no ar diante de novas perspectivas audiovisuais foi o Digima, um
fórum de discussão e análise sobre as implicações dessas formas
de entretenimento e arte na Internet (http://www.digima.org).
O Brasil participou com 5 trabalhos selecionados para uma mostra especial chamada Un Autre
Monde (Um Outro Mundo), que
pretende se tornar uma vitrine
para artistas de uma mesma língua ou cultura.
Dedicada esse ano ao Brasil e a
Portugal, os organizadores acreditam que a mostra possa funcionar como uma sugestão de maior
aproximação entre os países dentro do mundo virtual. Apesar dos
representantes da cultura lusófona no mundo chegarem a mais de
180 milhões de indivíduos, a mostra recebeu poucas inscrições, o
que atesta de uma forma ou de
outra o caráter disperso da rede,
ou seja, que entre as comunidades virtuais as relações se dão
mais por interesses particulares e
individuais do que pela promoção de proximidades culturais.
Para as próximas edições os organizadores pretendem concentrar esforços para tornar o evento
(que será sediado em Lile até
2004) mais internacionalizado e
com mais convidados provenientes de um maior número de países.
Vincent-Cyril prevê mudanças
no calendário para se adaptar às
logísticas das companhias aéreas
internacionais no período da primavera européia e espera que o
número de participantes registrados e credenciados ultrapasse os
500 dessa edição.
O evento de premiação aconteceu com surpresas e pompas típicas de entrega de Oscar e foi
transmitido ao vivo pela Internet.
O site mais aclamado pelos internautas, que votaram nos indicados, foi a animação John Lecrocheur (40 minutos de duração)
do realizador francês Jérôme
Mouscadet. Ele recebeu um contrato de difusão e distribuição do
portal The Bit Screen (http://www.thebitscreen.com).
Os endereços dos sites premiados pelo júri e pelas associações
que apoiaram o festival (mais de
10 prêmios ao todo) estão no site
http://www.internet-film.org,
em que ainda se encontra a lista
de todos os trabalhos selecionados para o evento.
Lucas Bambozzi é videoartista e pesquisador de novos meios; esteve em Lile a convite
da organização do festival.
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