|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ÓPERA
Obra de Gomes será apresentada hoje e amanhã
"O Guarani" recebe releitura no RS
da Agência Folha, em Porto Alegre
A ópera "O Guarani", composta
por Carlos Gomes a
partir do romance
homônimo de José
de Alencar, terá livre adaptação hoje e amanhã, às
21h, no Theatro São Pedro, em
Porto Alegre.
Será uma releitura musical, cênica, coreográfica e plástica das
duas obras e contará com a participação de cem artistas dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo. Alguns deles
são agricultores.
José Enrique Barrios Alonso
(barítono) faz o papel de Gonzales, Luiz Carlos Wiedthuper (tenor), Peri, e Juliane Mazutti Andrade (soprano), Ceci.
A encenação, que terá regência
da Orquestra de Câmara Sesi-Fundarte (com o maestro Antônio Carlos Borges Cunha), faz
parte do seminário "Dialogando
sobre os Outros 500", do projeto
"Aqui São Outros 500", promovido pelo governo gaúcho.
O Theatro São Pedro tem capacidade para 1.000 pessoas, e a organização diz que há forte procura até o momento.
Na livre adaptação, as personagens Emiliana, Ambrosina e Carmela contam a história de Cecília
(Ceci), filha do nobre português
dom Antônio de Mariz, e Peri, índio da tribo guarani, os protagonistas da trama.
Em meio a cenas épicas, a história, que marca a entrada da literatura romântica no Brasil, conta o
amor repleto de obstáculos entre
uma cristã de ascendência portuguesa e um índio pagão.
Além de exaltar as virtudes de
coragem, lealdade e integridade
do índio Peri, José de Alencar
mostra a miscigenação como responsável por aquilo que viria a ser
o traço étnico do povo brasileiro.
A ópera será dividida em três
cenários diferentes. No maior fica
a casa de dom Antônio de Mariz,
no ano de 1604. Em outro, a casa
de Emiliana, em 1900, e, no último, a orquestra.
O Theatro São Pedro, que começou a funcionar em 1850, foi
concebido para receber todos os
espetáculos que chegassem ao
Brasil. Na época, Porto Alegre tinha 20 mil habitantes, mas já era
uma espécie de centro cultural.
Naquela que era chamada Província de São Pedro (hoje Rio
Grande do Sul), o Theatro São Pedro abrigava manifestações culturais que passavam pelo sul do
Brasil após sair de Buenos Aires e
antes de chegar ao Rio.
Para especialistas e artistas, o
São Pedro é tido como o de melhor acústica da América Latina.
(LÉO GERCHMANN)
Texto Anterior: Relâmpagos - João Gilberto Noll: Ao sul Próximo Texto: Debate: Educadores discutem a mídia no Tuca Índice
|