São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ÓPERA
Obra de Gomes será apresentada hoje e amanhã
"O Guarani" recebe releitura no RS

da Agência Folha, em Porto Alegre

A ópera "O Guarani", composta por Carlos Gomes a partir do romance homônimo de José de Alencar, terá livre adaptação hoje e amanhã, às 21h, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre.
Será uma releitura musical, cênica, coreográfica e plástica das duas obras e contará com a participação de cem artistas dos municípios de Carazinho, Não-Me-Toque e Passo Fundo. Alguns deles são agricultores.
José Enrique Barrios Alonso (barítono) faz o papel de Gonzales, Luiz Carlos Wiedthuper (tenor), Peri, e Juliane Mazutti Andrade (soprano), Ceci.
A encenação, que terá regência da Orquestra de Câmara Sesi-Fundarte (com o maestro Antônio Carlos Borges Cunha), faz parte do seminário "Dialogando sobre os Outros 500", do projeto "Aqui São Outros 500", promovido pelo governo gaúcho.
O Theatro São Pedro tem capacidade para 1.000 pessoas, e a organização diz que há forte procura até o momento.
Na livre adaptação, as personagens Emiliana, Ambrosina e Carmela contam a história de Cecília (Ceci), filha do nobre português dom Antônio de Mariz, e Peri, índio da tribo guarani, os protagonistas da trama.
Em meio a cenas épicas, a história, que marca a entrada da literatura romântica no Brasil, conta o amor repleto de obstáculos entre uma cristã de ascendência portuguesa e um índio pagão.
Além de exaltar as virtudes de coragem, lealdade e integridade do índio Peri, José de Alencar mostra a miscigenação como responsável por aquilo que viria a ser o traço étnico do povo brasileiro.
A ópera será dividida em três cenários diferentes. No maior fica a casa de dom Antônio de Mariz, no ano de 1604. Em outro, a casa de Emiliana, em 1900, e, no último, a orquestra.
O Theatro São Pedro, que começou a funcionar em 1850, foi concebido para receber todos os espetáculos que chegassem ao Brasil. Na época, Porto Alegre tinha 20 mil habitantes, mas já era uma espécie de centro cultural.
Naquela que era chamada Província de São Pedro (hoje Rio Grande do Sul), o Theatro São Pedro abrigava manifestações culturais que passavam pelo sul do Brasil após sair de Buenos Aires e antes de chegar ao Rio.
Para especialistas e artistas, o São Pedro é tido como o de melhor acústica da América Latina.
(LÉO GERCHMANN)



Texto Anterior: Relâmpagos - João Gilberto Noll: Ao sul
Próximo Texto: Debate: Educadores discutem a mídia no Tuca
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.