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The Strokes
Quase famosos
Conheça a banda
nova-iorquina que
é considerada a
mais nova "grande
esperança do rock';
saiba sobre a trajetória
do grupo dos bares até a
disputa de dez gravadoras
e leia entrevista com o
baterista, que é... brasileiro
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
The Strokes. De início, tudo o
que você precisa saber é o nome
desse quinteto de garotos de Nova
York, todos com idade entre 20 e
22 anos. Nova sensação do rock,
"novo Nirvana", "next big thing",
a salvação da lavoura?
É cedo para afirmar, mas há
muito tempo a cena roqueira não
ficava tão excitada com um grupo
novo como agora, com Strokes.
E, se for levado em conta que é a
banda iniciante mais comentada
no corredor Nova York-Londres
em anos, citada por roqueiros veteranos em entrevista, com shows
cuja platéia é recheada de "notáveis" do pop...
Tudo isso é para uma bandinha
que tem apenas um (1!!!) single
(três músicas) e dez (10!!!) propostas de gravadoras americanas
para o primeiro álbum.
O tal único single da banda, o
espetacular "The Modern Age",
lançado só no Reino Unido, já
tem uma modesta aparição em lojas de importados de SP. Canções
da banda também começam a ser
ouvidas nas pistas de clubes de
música independente.
A intersecção Brasil-Strokes vai
além. A Folha descobriu que o baterista do grupo é... brasileiro. Fabrizio Moretti, 21, que está na entrevista ao lado, é carioca, pai italiano/mãe brasileira, mas vive em
NY desde os quatro. O Strokes,
além de Moretti, tem Julian Casablancas (vocal), Nick Valensi e Albert Hammond Jr. (guitarras) e
Nikolai Fraiture (baixo).
E a imprensa musical, inglesa
ou americana, não sabe o que fazer com essa banda que nem um
álbum cheio tem, nem gravadora
nos EUA tem, nem um esquema
mínimo de marketing tem.
O rótulo que mais acompanha o
Strokes em resenhas é: "a banda é
um encontro do melhor de Velvet
Underground com Stooges, com
Kinks, com Nirvana".
No site oficial da banda há disponível uma versão em MP3 para
"The Modern Age". As outras
canções, "Last Nite" e "Barely Legal", estão no Napster.
O grupo apareceu ao rock em
janeiro de 2001 no semanário inglês "New Musical Express" como
"o single da semana". Uns poucos
shows do Strokes na Inglaterra já
fizeram com que a revista "The
Face", de novas tendências, dedicasse duas páginas à banda, com
uma enorme foto dos rapazes
com o Empire State ao fundo.
O "hype" atravessou o Atlântico
e atingiu o lar da banda: os EUA.
O grupo começou a correr o país
abrindo shows em uma curta turnê do grupo inglês Doves. Nisso a
"Rolling Stone" já tinha dado
uma resenha grande do single
"The Modern Age", que nem havia sido lançado nos EUA, num
espaço dedicado para álbuns.
Os ingressos da turnê começaram a se esgotar rapidamente, e os
shows do Strokes se tornaram
bem mais badalados que os da
atração principal. A "NME" deu
chamada de capa para uma curtíssima resenha de um show do
Strokes no Texas e nem falaram
do Doves, prata da casa.
No mês passado, a primeira
apresentação do grupo em Los
Angeles reuniu na platéia Morrissey e Courtney Love, entre outros.
A "Rolling Stone", agora em
abril, em seu especial "What's
Cool Now" (O Que É Legal Agora), elegeu o Strokes como "a próxima grande banda do rock".
Esse conto a la "Quase Famosos" (filme de Cameron Crowe)
da vida real acaba nesta semana,
dentro de um estúdio em NY, onde o Strokes grava a toque de caixa seu desde já esperadíssimo primeiro CD, com um contrato assinado com a "major" RCA-BMG e
com uma turnê européia armada
para junho e julho, para depois
entrar nos concorridos festivais
britânicos de verão. E daí para...
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