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VÍDEO LANÇAMENTOS
Hamlet por Branagh
Chegam às locadoras "Hamlet", de Branagh e "Henrique
5º", de Olivier, filmes que ajudaram a popularizar a obrado dramaturgo William Shakespeare (1564-1616)
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
O irlandês Kenneth Branagh diz
que encontrou "Hamlet", ele que
vem de uma família "working-class" e sem acesso a teatro,
ao ver dr. Kildare (Richard Chamberlain) interpretando o personagem na TV. Tinha 11 anos e não
conseguiu dormir, impressionado
com a cena do Fantasma.
Começou ali, vagamente, o projeto "Hamlet". E começou provavelmente ali, na visão do dr. Kildare da série de TV, um ideal de popularização de Shakespeare. Esse
irlandês sem-lábios é um populista. Iniciou com "Henrique 5º" (89)
o atual ciclo shakespeariano. Mas
seu objetivo sempre foi "Hamlet".
A peça, escrita há quatro séculos, parece estar em toda parte, no
cinema e na televisão, hoje. "Guerra nas Estrelas", a série, baseou
um episódio inteiro, "A Consciência do Rei", na peça.
Mas, a grande referência contemporânea é o "Hamlet" de Branagh, que foi diretor e protagonista, dois anos atrás. Os brasileiros
só conheciam a versão editada,
nos cinemas. Agora chega às locadoras, finalmente, a integral
-com toda a dificuldade imposta
pelos 70 mm em que foi filmada.
Em seu ideal de popularização,
Branagh juntou um elenco "estelar" -de Hollywood, mas de qualidade -e buscou dar a "Hamlet"
o que mais pudesse reunir de
grandioso, espetacular, a partir já
dos 70 mm.
É cinema, não teatro, e em cores
exuberantes. Uma das cenas, de
certa controvérsia, traz Hamlet
sobre um fundo imenso de neve e
de soldados de Fortinbras.
O solilóquio do "ser ou não ser"
é feito num jogo de espelhos com o
rei Cláudio, o que (além da reverência filial de Branagh pelo ator
Derek Jacobi), expõe o esforço de
não perder a trama, não deixar a
atenção do público contemporâneo fugir de jeito nenhum.
Que ninguém se confunda: para
além da imagem e da ação, este
"Hamlet" traz grande introspecção do texto, valorizada pelos
"closes" -aliás, previsíveis, em se
tratanto de tantas e tamanhas estrelas hollywoodianas.
Uma cena em especial, nessa
versão integral, é representativa.
Charlton Heston, que faz o Primeiro Ator do grupo mambembe
que chega a Elsinore para animar
o espírito do príncipe, narra a
morte de Príamo com um arrebatamento que tem lugar certo entre
os momentos antológicos da cinematografia shakespeariana.
O próprio Kenneth Branagh, que
vinha de montagens elogiadas da
peça no teatro londrino, compõe
um príncipe singular, até inovador -entre brilhante e vulgar, como é todo o seu filme.
Filme: Hamlet
Produção: EUA/Inglaterra, 1996, 235 min
Direção: Kenneth Branagh
Com: Kenneth Branagh, Kate Winslet, Judi
Dench, Charlton Heston
Lançamento: Columbia
(011/5503-9899/9898)
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