São Paulo, segunda, 20 de abril de 1998

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Álbum é vários em um



especial para a Folha, de Londres

"Mezzanine" pode ser ouvido de duas formas: baixo, soando soturno, ou alto, quando se torna muito assustador. Difícil, complexo e, ainda bem, genial, é um álbum diferente a cada ângulo.
Das vozes: Liz Fraser (do Cocteau Twins) empresta sua garganta etérea a três faixas, "Teardrop", "Black Milk" e "Group Four"; Sara Jay faz folk sobre o caos em "Dissolved Girl"; a lenda do reggae Horace Andy distorce as bases musicais em "Angel" e "Man Next Door". Por fim, quando Del Naja e Marshall cantam em mais da metade das 11 faixas, deixam transparecer suas divergências.
Dos sons: as guitarras rasgam as tradicionais batidas em "Angel"; "Inertia Creeps" tem instrumentos orientais e, como Dissolved Girl", recupera tambores africanos; "Man Next Door" tem um sampleado de "10.15 on a Saturday Night", do The Cure.
Das letras: a amargura dá o tom. "Inertia Creeps" trata de sexo numa cama já fria e conclui num "ela goza", dito por um Del Naja. Na faixa-título, Del Naja pergunta: "Por que você não fecha os olhos e me reinventa?". Marshall responde: "Você sabe que tem um coração de pedra/ Você poderia ter me avisado". (DB)



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