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Álbum é vários em um
especial para a Folha, de Londres
"Mezzanine" pode ser ouvido
de duas formas: baixo, soando soturno, ou alto, quando se torna
muito assustador. Difícil, complexo e, ainda bem, genial, é um
álbum diferente a cada ângulo.
Das vozes: Liz Fraser (do Cocteau Twins) empresta sua garganta etérea a três faixas, "Teardrop",
"Black Milk" e "Group Four"; Sara Jay faz folk sobre o caos em
"Dissolved Girl"; a lenda do reggae Horace Andy distorce as bases musicais em "Angel" e "Man
Next Door". Por fim, quando Del
Naja e Marshall cantam em mais
da metade das 11 faixas, deixam
transparecer suas divergências.
Dos sons: as guitarras rasgam as
tradicionais batidas em "Angel";
"Inertia Creeps" tem instrumentos orientais e, como Dissolved
Girl", recupera tambores africanos; "Man Next Door" tem um
sampleado de "10.15 on a Saturday Night", do The Cure.
Das letras: a amargura dá o tom.
"Inertia Creeps" trata de sexo numa cama já fria e conclui num
"ela goza", dito por um Del Naja.
Na faixa-título, Del Naja pergunta: "Por que você não fecha os
olhos e me reinventa?". Marshall
responde: "Você sabe que tem um
coração de pedra/ Você poderia
ter me avisado".
(DB)
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