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São Paulo, terça-feira, 20 de maio de 2003

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CLIMA

Rola dinheiro?

MARCELO RUBENS PAIVA
ARTICULISTA DA FOLHA

Deu praia no domingo. Mas, surpreendentemente, a Bienal estava apinhada. Luis Fernando Veríssimo, falante, atraiu muitos leitores num papo descontraído com os filhos. "Netos, me dêem netos", disse a um ouvinte que lhe perguntou o que esperava dos filhos.
Ziraldo, como sempre, foi cercado por muitas crianças em busca de autógrafo. O mercado de livros no Brasil, onde não existe hábito de leitura, é um milagre. Eles vendem pouco, há poucas livrarias e bibliotecas, conta-se nos dedos quem vive de suas obras.
Mas gira freneticamente, cresce a cada ano, sofistica-se, abre as portas para editoras estrangeiras e atrai escritores do porte de um Salman Rushdie. Segundo Paulo Rocco, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, a feira custou R$ 17 milhões e deve faturar R$ 23 mi. São esperadas 500 mil pessoas. Entre elas, 200 mil crianças, das que correm, perdem-se e arrancam autógrafos de quem tenha jeitão de escritor.
"Como editor, sei que a gente perde dinheiro nesses eventos com aluguel e montagem. Esta Bienal não é um balcão de negócios, nossa prioridade é a cultura", diz Roberto Feith, coordenador do evento e editor (Objetiva). Uma pizza individual (para um paulista, bem ruim) custa R$ 12. Para o estacionamento vão R$ 7. A maioria das editoras não fatura. Mas, pelo visto, a feira, sim.


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