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CLIMA
Rola dinheiro?
MARCELO RUBENS PAIVA
ARTICULISTA DA FOLHA
Deu praia no domingo. Mas, surpreendentemente, a Bienal estava apinhada. Luis Fernando Veríssimo, falante,
atraiu muitos leitores
num papo descontraído com os
filhos. "Netos, me dêem netos",
disse a um ouvinte que lhe perguntou o que esperava dos filhos.
Ziraldo, como sempre, foi cercado por muitas crianças em busca de autógrafo. O mercado de livros no Brasil, onde não existe hábito de leitura, é um milagre. Eles
vendem pouco, há poucas livrarias e bibliotecas, conta-se nos dedos quem vive de suas obras.
Mas gira freneticamente, cresce
a cada ano, sofistica-se, abre as
portas para editoras estrangeiras
e atrai escritores do porte de um
Salman Rushdie. Segundo Paulo
Rocco, presidente do Sindicato
Nacional dos Editores de Livros, a
feira custou R$ 17 milhões e deve
faturar R$ 23 mi. São esperadas
500 mil pessoas. Entre elas, 200
mil crianças, das que correm, perdem-se e arrancam autógrafos de
quem tenha jeitão de escritor.
"Como editor, sei que a gente
perde dinheiro nesses eventos
com aluguel e montagem. Esta
Bienal não é um balcão de negócios, nossa prioridade é a cultura", diz Roberto Feith, coordenador do evento e editor (Objetiva).
Uma pizza individual (para um
paulista, bem ruim) custa R$ 12.
Para o estacionamento vão R$ 7.
A maioria das editoras não fatura.
Mas, pelo visto, a feira, sim.
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