São Paulo, quarta, 20 de maio de 1998

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Roland Emmerich troca EUA pela França

ELAINE GUERINI
enviada especial a Nova York

Depois de bajular os americanos, apresentando-os como os salvadores do mundo em "Independence Day", o alemão Roland Emmerich, 43, tenta se redimir -pelo menos com os franceses.
Em sua mais recente superprodução, que estréia hoje nos EUA e no dia 17 de julho no Brasil, o ator Jean Reno (de "O Profissional") é quem assume o papel de herói.
Dessa vez, porém, o inimigo não invade a Terra com seus suntuosos discos voadores. Quem ameaça o destino da humanidade é o monstro Godzilla.
Produto de uma mutação provocada por testes nucleares realizados pela França, Godzilla deixa seu rastro de destruição rumar para Nova York. "Como culpamos os franceses pelo aparecimento da criatura, nada mais natural que mandar um francês limpar a sujeira", disse o diretor em entrevista à Folha.

Folha - A crítica internacional o acusou de fazer um filme americano demais em "Independence Day". É por isso que agora o herói é francês e o exército dos EUA reúne um bando de incompetentes?
Roland Emmerich -
A participação francesa na história foi por acaso. "Independence Day" também não continha mensagens políticas. Simplesmente, como o filme se passava nos EUA, achei coerente ter um herói americano.
No caso de "Godzilla", pensamos em usar os franceses porque eles foram os que mais fizeram testes nucleares no Pacífico. Pensando nisso, a idéia de trabalhar com Jean Reno veio naturalmente.
Folha - Até que ponto um cineasta consegue colocar sua assinatura quando a maioria das cenas são computadorizadas?
Emmerich -
Você tem de trabalhar todos os dias com os profissionais que criam os efeitos especiais. Hoje existem milhões de possibilidades em termos de computação, mas ainda é o diretor quem dá a palavra final. É seu trabalho encaixar as cenas rodadas com os atores com as de animação.
Folha - Como chegou ao novo design de Godzilla?
Emmerich -
Baseado no desenho original, encomendamos vários esboços que atualizassem a criatura. Depois, quando já tínhamos o roteiro em mãos, capturamos o que cada esboço tinha de melhor e criamos sua imagem.



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