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Livro de memórias de Iberê
Camargo é lançado sob polêmica
e da Reportagem Local
O livro "Gaveta dos Guardados" (Edusp, R$ 25), com as memórias do pintor Iberê Camargo,
será lançado hoje à noite em São
Paulo já envolto em polêmica.
O professor de Literatura da USP
e colaborador da Folha Augusto
Massi é acusado pelo jornalista
Flávio Tavares de ter "usurpado" seu trabalho de organização
das memórias do pintor.
O livro, organizado por Massi, é
uma compilação dos textos que
Camargo escreveu desde os anos
40 até sua morte, em agosto de 94.
Segundo Tavares, que vive em
Buenos Aires, o próprio Iberê tinha dado a ele a tarefa de organizar
os escritos, cinco meses antes de
sua morte. Massi, diz Tavares, teria apenas mudado o título e a ordem de alguns textos.
Ele e a professora Elisabeth Mattos, contou, demoraram três meses e meio para organizar todos os
textos e terminar o livro. Os dois
revisaram textos, organizaram capítulos e deram títulos a alguns dos
escritos, entre outras tarefas.
Com o trabalho pronto, não conseguiram editora para publicar.
Tavares disse ter entregue o trabalho "pronto" à viúva.
Ele afirmou que não vai entrar na
Justiça, porque não tem nada a ganhar com isso, já que o livro é de
Iberê. Segundo ele, Massi está
atrás de um "brilhareco", ao dizer que realizou algo que não fez.
Massi se defende dizendo ter sido
convidado pela viúva do pintor para concluir o trabalho e que fez várias mudanças no material.
"Além disso, na apresentação,
eu digo que meu trabalho foi feito
a partir do deles. O livro é do Iberê,
meu nome nem aparece na capa,
só na introdução", diz Massi.
Ele conta ter cortado dois capítulos inteiros, acrescentado um texto
que lhe foi entregue pela viúva do
pintor e anexado material iconográfico e fotográfico à obra.
"Eu acho um absurdo tudo isso.
É um sujeito de quem a viúva tirou
o livro e deu para mim, eu não fui
atrás. Ele deve ter tido trabalho,
mas eu recebi o material e não tenho que prestar contas a ele", disse
Massi.
A viúva de Iberê, Maria Camargo, confirma ter dado a tarefa a
Massi porque Tavares não conseguiu uma editora.
"O Flávio está sendo injusto.
Ele ficou nem sei quanto tempo
com o livro e não conseguiu publicar. Por isso eu não quis mais fazer
com ele", disse.
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