São Paulo, quarta-feira, 20 de junho de 2001

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TELEVISÃO

Contrato de patrocínio milionário deve ser fechado esta semana, e gravações do seriado começariam em agosto

Cultura deve estrear "Ilha" no horário nobre

DA REPORTAGEM LOCAL

A TV Cultura deve assinar esta semana um contrato de patrocínio milionário para a série "Ilha Rá-Tim-Bum". A verba poderá viabilizar para agosto o início das gravações do programa, que começou a ser desenvolvido há mais de três anos. A estréia seria no final deste ano ou início de 2002.
A emissora estuda a possibilidade de colocar a série no ar, de segunda a sexta, em horário nobre. Seria uma volta ao formato inovador de programação do início da década de 90, que levou a Cultura a ter recordes de audiência com o "Castelo Rá-Tim-Bum", chegando a dar dez pontos no Ibope.
Incomodadas, grandes redes passaram a exibir atrações infantis no mesmo horário. Essa concorrência, somada à da TV paga e à falta de verba para continuar a produção do "Castelo", fez com que a Cultura desistisse e colocasse os infantis na faixa matutina ou à tarde. Para a audiência, o resultado da mudança foi desastroso.
"Hoje, o cenário da televisão é diferente e volta a ser propício a programas infantis em horário nobre. Outras emissoras recuaram e trocaram esses programas por outros voltados ao público adulto. Assim, o nicho está aberto novamente", afirma Idarni Martinez, chefe do departamento de programação da TV Cultura.
A decisão sobre o horário em que a "Ilha" será exibida e outras mudanças na programação devem ocorrer no início de julho, numa reunião da Abepec (Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais).
O custo da "Ilha Rá-Tim-Bum" deve girar em torno de R$ 10 milhões. O valor, no nível de superproduções da Globo, inclui a verba destinada exclusivamente ao programa (cerca de R$ 3,9 milhões) e investimentos na estrutura da emissora, como compras de equipamentos e reforma de estúdio (cerca de R$ 6,1 milhões).
Tatiana Giatti, diretora-geral da Connect, empresa que negocia a venda de espaço publicitário da TV Cultura, afirmou à Folha que foram colocadas à venda quatro cotas de patrocínio da "Ilha", no valor de R$ 1 milhão cada, além de subcotas mais baratas.
Mas, segundo ela, uma empresa fez uma proposta à TV Cultura de patrocínio exclusivo da série. Giatti não quis revelar o valor exato da negociação nem o nome da empresa. "É uma empresa que tem identificação com a filosofia da TV Cultura e do programa."
Parte do patrocínio deve vir pela Lei Rouanet. A Cultura pode conseguir autorização para arrecadar este ano, pela lei, R$ 5 milhões, para investir em programação.
A primeira temporada da série "Ilha Rá-Tim-Bum" teria 26 episódios. Mas a emissora decidiu aumentar para 52, reduzindo assim o custo de cada episódio.
O autor Flávio de Souza, que já havia finalizado a primeira leva da série, teve de voltar ao trabalho e está correndo para entregar os novos 26 episódios a tempo de não atrasar o início das gravações.
"Irei incluir alguns capítulos entre os que já estão escritos e reescrever outros", disse o autor.
Com proposta educativa, "Ilha Rá-Tim-Bum" tratará de problemas ambientais e será dirigida a um público infanto-juvenil. (LAURA MATTOS)



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