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TELEVISÃO
Contrato de patrocínio milionário deve ser fechado esta semana, e gravações do seriado começariam em agosto
Cultura deve estrear "Ilha" no horário nobre
DA REPORTAGEM LOCAL
A TV Cultura deve assinar esta
semana um contrato de patrocínio milionário para a série "Ilha
Rá-Tim-Bum". A verba poderá
viabilizar para agosto o início das
gravações do programa, que começou a ser desenvolvido há mais
de três anos. A estréia seria no final deste ano ou início de 2002.
A emissora estuda a possibilidade de colocar a série no ar, de segunda a sexta, em horário nobre.
Seria uma volta ao formato inovador de programação do início da
década de 90, que levou a Cultura
a ter recordes de audiência com o
"Castelo Rá-Tim-Bum", chegando a dar dez pontos no Ibope.
Incomodadas, grandes redes
passaram a exibir atrações infantis no mesmo horário. Essa concorrência, somada à da TV paga e
à falta de verba para continuar a
produção do "Castelo", fez com
que a Cultura desistisse e colocasse os infantis na faixa matutina ou
à tarde. Para a audiência, o resultado da mudança foi desastroso.
"Hoje, o cenário da televisão é
diferente e volta a ser propício a
programas infantis em horário
nobre. Outras emissoras recuaram e trocaram esses programas
por outros voltados ao público
adulto. Assim, o nicho está aberto
novamente", afirma Idarni Martinez, chefe do departamento de
programação da TV Cultura.
A decisão sobre o horário em
que a "Ilha" será exibida e outras
mudanças na programação devem ocorrer no início de julho,
numa reunião da Abepec (Associação Brasileira das Emissoras
Públicas Educativas e Culturais).
O custo da "Ilha Rá-Tim-Bum"
deve girar em torno de R$ 10 milhões. O valor, no nível de superproduções da Globo, inclui a verba destinada exclusivamente ao
programa (cerca de R$ 3,9 milhões) e investimentos na estrutura da emissora, como compras de
equipamentos e reforma de estúdio (cerca de R$ 6,1 milhões).
Tatiana Giatti, diretora-geral da
Connect, empresa que negocia a
venda de espaço publicitário da
TV Cultura, afirmou à Folha que
foram colocadas à venda quatro
cotas de patrocínio da "Ilha", no
valor de R$ 1 milhão cada, além de
subcotas mais baratas.
Mas, segundo ela, uma empresa
fez uma proposta à TV Cultura de
patrocínio exclusivo da série.
Giatti não quis revelar o valor exato da negociação nem o nome da
empresa. "É uma empresa que
tem identificação com a filosofia
da TV Cultura e do programa."
Parte do patrocínio deve vir pela
Lei Rouanet. A Cultura pode conseguir autorização para arrecadar
este ano, pela lei, R$ 5 milhões,
para investir em programação.
A primeira temporada da série
"Ilha Rá-Tim-Bum" teria 26 episódios. Mas a emissora decidiu
aumentar para 52, reduzindo assim o custo de cada episódio.
O autor Flávio de Souza, que já
havia finalizado a primeira leva da
série, teve de voltar ao trabalho e
está correndo para entregar os
novos 26 episódios a tempo de
não atrasar o início das gravações.
"Irei incluir alguns capítulos entre os que já estão escritos e reescrever outros", disse o autor.
Com proposta educativa, "Ilha
Rá-Tim-Bum" tratará de problemas ambientais e será dirigida a
um público infanto-juvenil.
(LAURA MATTOS)
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