São Paulo, domingo, 20 de junho de 2004

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TV

Gilberto Braga diz que público cobra punição a vilões e que "Celebridade" mostrou que fama sem talento não leva a nada

"Foi muito tempo de pouca vergonha no ar"

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem chance. Não é só a vilã mor Laura Prudente da Costa (Cláudia Abreu) que vai se dar mal em "Celebridade". Gilberto Braga diz que não irá salvar a pele de nenhum personagem do mal na novela, que termina na próxima sexta.
Ele criou vilões bacanas, como Renato Mendes (Fábio Assunção), e irá destruir todos. A "culpa" é, em parte, do próprio público. "Quero um final moralista mesmo. Foi muito tempo de pouca vergonha no ar, as pessoas cobram. E o grande público felizmente gosta dos heróis", disse o autor, em entrevista à Folha.
Definitivamente, o escritor não é mais o mesmo de "Vale Tudo" (1988/1989), na qual até criminosos terminaram numa boa.
Fora do horário das oito desde "Pátria Minha" (1994/95), Braga respira aliviado após encerrar a maratona de "Celebridade" com excelente saldo no Ibope.
Até o capítulo da última quarta-feira, a trama registrava 46 pontos de audiência na Grande São Paulo, sintonizado em 68% dos domicílios da região.
É praticamente o mesmo resultado (com discreta vantagem) das bem-sucedidas "Mulheres Apaixonadas" (2003), de Manoel Carlos, e "O Clone" (2001/2002), de Glória Perez.

Moral da história
O autor termina sua história sobre o culto às celebridades com outra lição de moral -além daquela em que o bem vence o mal: "Acho que ficou [a mensagem de] que fama sem talento não serve pra nada, não é? Que fama só vale a pena quando é decorrência de produção", afirmou Braga.
As trajetórias de Darlene Sampaio (Deborah Secco), Jaqueline Joy (Juliana Paes) e até Maria Clara Diniz (Malu Mader) deixaram claro que fama não traz felicidade.
Mas será que alguém chegou a desistir de se inscrever no próximo "Big Brother" após essa "lição"? "Essa não é uma preocupação minha mesmo! Sou mais feito a Darlene, quero que o mar pegue fogo "preu" comer peixe frito", disse o escritor, já em clima de férias, louco para voltar "ao mundo dos vivos", em suas palavras.
Desde a estréia de "Celebridade", oito meses atrás, aumentou ou diminuiu o culto aos famosos instantâneos?
"Sei lá, francamente, eu não levo isso muito a sério, não sou sociólogo mesmo", respondeu Braga, encerrando de uma vez por todas esse "papo cabeça".
Vamos falar de último capítulo, então. O autor é dos que defendem o mistério. Nos últimos dias, uma infinidade de versões para o final de "Celebridade" aparecem em notas de jornais e programas de fofoca na TV. Ora o bombeiro Vladimir (Marcelo Faria) morre queimado num incêndio, ora vive feliz para sempre com Darlene. Primeiro Laura é morta por Fernando Amorim (Marcos Palmeira), depois por Renato. E Lineu Vasconcelos (Hugo Carvana) já foi morto por tudo quanto é personagem. Ninguém falou da secretária Olga (Cristina Amadeu). Não seria uma boa idéia, Gilberto?
"É, é uma boa idéia, sim."


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