INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Ninguém mais do que Quentin Tarantino conseguiu emplacar uma mitologia que não diz respeito a si próprio senão indiretamente. Ou seja: fale de King Hu e alguém lembrará que "influenciou Tarantino". Fale de Takeshi Kitano e um eco garantirá que "é o preferido de Tarantino".
Ninguém transfere autoridade melhor que Tarantino, e parece que somos tentados a gostar de certos diretores por referência ao americano. A tarefa é encontrar traços desse ou daquele em filmes como "Kill Bill - Vol. 1" (HBO, 23h30).
Mas esse exercício, talvez, seja apenas um fetiche. Encontrar traço de alguém não torna mais interessante o influenciador nem "Kill Bill" melhor. Aliás, esse "Vol.1" sofre, no mínimo, de uma luta final interminável. Mas Tarantino tem um talento que, afinal, é dele.

TV ABERTA

Gideão, um Anjo em Nossas Vidas
Record, 14h.
(Gideon). EUA,1998, 100 min. Direção: Claudia Hoover. Com Christopher Lambert, Charlton Heston, Shirley Jones. Gideão vai para uma casa de repouso para idosos por ser retardado mental, embora bem mais jovem que os demais. Lá, contaminará com sua alegria essas pessoas que só esperam pela morte.

Pum! Emissão Impossível
Globo, 15h45.
(Thunderpants). EUA, 2002, 83 min. Direção: Peter Hewitt. Com Bruce Cook, Rupert Grint. O grande obstáculo ao sonho de um menino de se tornar astronauta são os problemas intestinais, com a conseqüente emissão de gases. Acredite ou não, é com esse "plot" que se quer chegar a uma comédia. Inédito.

Intercine
Globo, 1h50.
Na quarta, passa o mais votado pelos espectadores, entre "Pedaços da Morte" (1998, de Mario Azzopardi, com Rutger Hauer, Barbara Williams) e "Sonho Proibido" (Itália, 1993, de Franco Zeffirelli, com Vanessa Redgrave, Sinead Cusack).

O Bebê de Rosemary
SBT, 3h10.
(Rosemary's Baby). EUA, 1968, 136 min. Direção: Roman Polanski. Com Mia Farrow, John Cassavetes. Sem que a mulher (Farrow) suspeite, marido (Cassavetes) envolve-se com seita demoníaca. Ela está grávida, e ele tem grandes planos para o filho. Terror sinistro produzido por William Castle, conduzido por Polanski no fio da navalha, com muita competência e ótima direção de atores. Só para SP.

A Fortuna de Ned
Globo, 3h40.
(Waking Ned Divine). Irlanda/Inglaterra, 1998, 90 min. Direção: Kirk Jones. Com Ian Bannen, David Kelly, Fionnula Glanagan. Retrato de uma aldeia irlandesa, tomando como pretexto a história de um habitante que morre ao saber que ganhou uma fortuna na loteria e a reação dos outros 51 habitantes do local. Assim, assim. (IA)


Texto Anterior: Astrologia
Próximo Texto: José Simão: Buemba! Tá no ar a dupla Dilúvio e Velório!
Índice