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CINEMA
Após 26 anos, a diretora volta a discutir a entrada do estrangeiro na sociedade brasileira, em filme que abre o festival no DF
Tizuka leva a Brasília seu novo "Gaijin"
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
O Festival Internacional de Cinema de Brasília inaugura hoje
sua sétima edição com "um filme
sobre ética, família, gente que trabalha, vai à luta".
É essa a definição da diretora
brasileira descendente de japoneses Tizuka Yamasaki para "Gaijin
- Ama-me como Sou", escalado
na seção Preview do festival e convidado a abrir hoje a mostra.
Uma geração depois de seu
grande sucesso, "Gaijin, Caminhos da Liberdade" (1979), Yamasaki volta a discutir a inserção
do estrangeiro [gaijin] na sociedade brasileira.
Gerações
O filme amalgama aventuras
pessoais de membros de quatro
gerações de uma família de japoneses instalados no Brasil no início do século passado com fatos
políticos e econômicos marcantes
dos dois países, como o Plano
Collor (1990) e o terremoto de
1995 no Japão.
"Não é exatamente a história da
minha família. Mas são as emoções que a minha família tem passado", diz Yamasaki.
A diretora diz que, perpassando
as histórias das personagens de
"Gaijin - Ama-me Como Sou" está "o exemplo de trabalho" que
ela aprendeu com sua avó e que a
sua geração sorveu das anteriores.
Encabeçam o elenco do filme o
cubano Jorge Perugorria e a nipo-norte-americana Tamlyn Tomita.
A estréia do longa em 120 cinemas
brasileiros está prevista para o
próximo dia 2 de setembro. Antes
disso, o filme disputará troféus no
Festival de Gramado (de 15/8 a
20/8). Embora não-competitiva, a
participação de "Gaijin - Ama-me
como Sou" no FIC-Brasília tem
para Yamasaki a condição de teste
de público.
Investimentos
A diretora, que também produziu o longa, diz que seu custo, alto
para os padrões brasileiros (R$
10,6 milhões), é mais um elemento de pressão para o sucesso.
"Quero que meus parceiros na
produção tenham retorno à altura
de seus investimentos, para que
eles fiquem satisfeitos, e eu possa
continuar fazendo filmes", diz.
"Gaijin - Ama-me como Sou"
chega às telas num ano em que as
bilheterias no Brasil e no resto do
mundo sofrem fortes quedas. O
público de filmes nacionais caiu
44% no Brasil, de janeiro a junho
deste ano em relação ao mesmo
período de 2004, segundo dados
da empresa Filme B.
"Quero acreditar que [a queda
nas bilheterias] é por falta de filmes e que meu filme vai mexer
com os corações e tirar muita gente de suas casas", diz Yamasaki.
Competição
Até o próximo dia 30, o FIC-Brasília exibirá cem longas e 17
curtas. Entre os dez filmes da
mostra competitiva estão dois
brasileiros: "Carreiras", de Domingos Oliveira, e "Filhas do
Vento", de Joel Zito Araújo, premiado com seis Kikitos no Festival de Gramado do ano passado,
incluindo o de melhor diretor.
Além de Oliveira e Zito Araújo,
irão a Brasília acompanhar a disputa entre seus filmes o norte-americano Todd Solondz ("Palindromes"), o coreano Park Chul-soo ("Green Chair") e o alemão
Marc Rothemund ("Sophie Scholl
- Os Últimos Dias"). Yamasaki,
Perugorria e Tomita representarão "Gaijin - Ama-me como Sou".
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