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Lembra o 'flash mob'?
Fui eu que inventei
Bill Wasik, 31, editor da "Harper's", tradicional revista de análise e ensaios, diz que bolou as aglomerações que varreram o planeta em 2003 como um "experimento social" e "metáfora do vazio da cultura moderninha"
RAFAEL CARIELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
As aglomerações-relâmpago
e sem propósito definido que
nasceram em Nova York em
2003, independentemente de
tudo o que possam ter pensado
os que delas tomaram parte,
não eram arte nem entretenimento, mas um modismo deliberadamente criado por Bill
Wasik, 31, editor-sênior da sofisticada revista norte-americana "Harper's".
O objetivo de seu "experimento social", diz o jornalista
que agora veio a público reivindicar sua invenção, era revelar
a fugacidade do consumo cultural contemporâneo e servir
como "metáfora do vazio da
cultura "moderninha'".
Os encontros combinados
pela internet, em que os participantes eram instados a se
reunirem em local público (ou
quase, como lojas de departamento) em -na sua versão norte-americana ao menos- horário ultra-específico (digamos,
às 13h15) e a se dispersarem
após um curto período predeterminado, chegaram a ser tratados como fenômeno cultural
relevante.
Ganharam o mundo e explicações que os associavam "ao
processo de desmaterialização
da arte" ou os creditavam como
"a principal moda cultural até
agora neste século".
Cresceram exponencialmente em número de participantes,
eventos e menções na imprensa, para, antes mesmo do fim
daquele ano, desaparecer do
mapa tão subitamente quanto
as aglomerações que formavam. Eram mais um modismo,
que, diz o seu inventor, explicitava a lógica da produção e consumo cultural de nossos dias.
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