São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lembra o 'flash mob'?
Fui eu que inventei

Bill Wasik, 31, editor da "Harper's", tradicional revista de análise e ensaios, diz que bolou as aglomerações que varreram o planeta em 2003 como um "experimento social" e "metáfora do vazio da cultura moderninha"

RAFAEL CARIELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

As aglomerações-relâmpago e sem propósito definido que nasceram em Nova York em 2003, independentemente de tudo o que possam ter pensado os que delas tomaram parte, não eram arte nem entretenimento, mas um modismo deliberadamente criado por Bill Wasik, 31, editor-sênior da sofisticada revista norte-americana "Harper's".
O objetivo de seu "experimento social", diz o jornalista que agora veio a público reivindicar sua invenção, era revelar a fugacidade do consumo cultural contemporâneo e servir como "metáfora do vazio da cultura "moderninha'".
Os encontros combinados pela internet, em que os participantes eram instados a se reunirem em local público (ou quase, como lojas de departamento) em -na sua versão norte-americana ao menos- horário ultra-específico (digamos, às 13h15) e a se dispersarem após um curto período predeterminado, chegaram a ser tratados como fenômeno cultural relevante.
Ganharam o mundo e explicações que os associavam "ao processo de desmaterialização da arte" ou os creditavam como "a principal moda cultural até agora neste século".
Cresceram exponencialmente em número de participantes, eventos e menções na imprensa, para, antes mesmo do fim daquele ano, desaparecer do mapa tão subitamente quanto as aglomerações que formavam. Eram mais um modismo, que, diz o seu inventor, explicitava a lógica da produção e consumo cultural de nossos dias.


Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.