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Companhia paraibana
celebra 30 anos em SP
Sala Funarte e largo do Paissandu receberão três
encenações do coletivo, que mescla teatro e circo
DA REPORTAGEM LOCAL
O grupo paraibano Piollin ganhou projeção nacional a partir
de 1992, com a consagração de
"Vau da Sarapalha", adaptação
de um conto de Guimarães Rosa que usava gestos sutis dos
atores e um repertório de interjeições e onomatopeias para
criar uma impressionante pulsação rítmica.
O sucesso, porém, "travou" a
companhia por muitos anos
-14, para ser mais preciso.
"A aceitação era tão grande, o
espetáculo nos abriu tantas
portas que ficamos imobilizados, com medo de não conseguir repetir aquilo", diz o ator e
diretor Luiz Carlos Vasconcelos, 55, cofundador do coletivo
surgido na cena da Paraíba com
intervenções urbanas que desafiavam o cânone teatral vigente -como um outdoor em
que um ator "envelhecia" ao
longo de um dia.
A mostra de repertório "Piollin 30" (na verdade, já são 32
anos de atividade com este nome), que começa na quarta-feira, em São Paulo, atesta a superação do bloqueio criativo.
Além de "Vau", serão apresentadas até 2/8 as peças "A Gaivota (Alguns Rascunhos)" e "Silêncio Total".
Em chave naturalista, a primeira sobrepõe inquietações
de elenco e direção sobre arte e
vida à peça homônima de Tchécov. A segunda é um solo clownesco de Vasconcelos, aqui como Xuxu.
As encenações acontecem na
Funarte e no teatro de Arena
(R$ 10; "Silêncio" é grátis e
também será mostrado no largo do Paissandu). Consulte a
programação em www.funarte.gov.br.
O Piollin, que mantém na capital paraibana uma escola voltada às artes do teatro e do circo
(da qual saiu a atriz Marcélia
Cartaxo, premiada no Festival
de Berlim), trabalha atualmente na adaptação do conto "A Escolha", do cearense Ronaldo de
Brito. O projeto faz parte de um
programa de intercâmbio com
a cia. Clara, de Minas.
(LUCAS NEVES)
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