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MÚSICA Organizador carioca pretende fazer shows simultâneos em Nova York, Viena, Berlim, Jerusalém e Tóquio
Medina anuncia novo Rock in Rio em 99
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Reportagem Local
O empresário Roberto Medina, responsável pela organização das duas primeiras edições do festival Rock in Rio, em 1985 e 1991, apresenta nesta semana, durante a feira CD Expo 98, no Rio, o projeto da terceira edição do evento, a acontecer em julho de 1999.
Sua pretensão é que o festival, agora chamado Rock in Rio for a Better World, tenha equivalentes simultâneos em outras cidades do mundo -Nova York, Viena, Berlim, Jerusalém e Tóquio.
Michael Lang, organizador das duas versões do festival Woodstock, em 1969 e 1994, está, segundo Medina, acertando os detalhes finais para o Woodstock for a Better World, nos Estados Unidos.
Se seu projeto for concretizado, os festivais começam sincronizadamente às 12h (horário de Brasília) do dia 23 de julho de 1999, com orquestras sinfônicas tocando em cada uma das cidades ao mesmo tempo. Seguem-se três minutos de silêncio, para o empresário "um momento de reflexão mundial sobre a virada do milênio".
O esquema seria de rodízio de bandas nas diversas cidades, com telões em cada uma delas intercalando imagens das outras.
"Se estou contando a história, é porque tenho os dados bem adiantados, mas não assinei nenhum contrato com artista ainda, não tenho patrocinadores. A chance de que se concretize é de 90%", afirma Medina.
No Brasil, o projeto prevê a reunião de 14 bandas nacionais e 14 estrangeiras, em sete dias de festival. Os ingressos custariam US$ 25 por dia. O investimento estimado por Medina, apenas para a versão brasileira, é de US$ 40 milhões.
Medina diz não querer especular sobre nomes. "Acho que a música vai estar subordinada ao evento em si. Meu maior sonho é buscar o silêncio, a comunhão entre o mundo todo. Antes tive que procurar bandas, agora as bandas é que vão me procurar. Ou você está ou não está na história."
Mas nomes internacionais de peso não prefeririam tocar em Nova York ou em Viena a tocar no Rio? "As primeiras edições do Rock in Rio trouxeram os maiores nomes do mundo na época, Queen, Yes, Prince, George Michael. Tenho esse know-how. Além disso, Michael Lang e eu temos esse acordo do rodízio, não há perigo."
Ele afirma que o esquema anterior, de bandas nacionais abrindo para astros estrangeiros, pode ser revolucionado. "Vai subir índio no palco, seita religiosa, vai haver shows de bandas absolutamente novas, uma confraternização de países. Aquela ortodoxia de antes não vale mais."
Medina se esforça por ostentar segurança quanto à captação de patrocínios. "Rock in Rio é uma grande marca, assim como Woodstock é uma grande marca. Se Woodstock se encarasse como marca, poderia captar muito mais do que capta."
Ele vai adiante: "Hoje o mundo não é mais show, é marca. O que estamos fazendo não é um megashow, é um projeto de comunicação. É como Copa, Olimpíada, é lucro na certa". Por enquanto, só está no papel.
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