São Paulo, segunda, 20 de julho de 1998

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MÚSICA
Organizador carioca pretende fazer shows simultâneos em Nova York, Viena, Berlim, Jerusalém e Tóquio
Medina anuncia novo Rock in Rio em 99

PEDRO ALEXANDRE SANCHES

da Reportagem Local

O empresário Roberto Medina, responsável pela organização das duas primeiras edições do festival Rock in Rio, em 1985 e 1991, apre senta nesta semana, durante a fei ra CD Expo 98, no Rio, o projeto da terceira edição do evento, a acontecer em julho de 1999.
Sua pretensão é que o festival, agora chamado Rock in Rio for a Better World, tenha equivalentes simultâneos em outras cidades do mundo -Nova York, Viena, Ber lim, Jerusalém e Tóquio.
Michael Lang, organizador das duas versões do festival Woods tock, em 1969 e 1994, está, segun do Medina, acertando os detalhes finais para o Woodstock for a Bet ter World, nos Estados Unidos.
Se seu projeto for concretizado, os festivais começam sincroniza damente às 12h (horário de Brasí lia) do dia 23 de julho de 1999, com orquestras sinfônicas tocando em cada uma das cidades ao mesmo tempo. Seguem-se três minutos de silêncio, para o empresário "um momento de reflexão mundial so bre a virada do milênio".
O esquema seria de rodízio de bandas nas diversas cidades, com telões em cada uma delas interca lando imagens das outras. "Se estou contando a história, é porque tenho os dados bem adian tados, mas não assinei nenhum contrato com artista ainda, não te nho patrocinadores. A chance de que se concretize é de 90%", afir ma Medina. No Brasil, o projeto prevê a reu nião de 14 bandas nacionais e 14 estrangeiras, em sete dias de festi val. Os ingressos custariam US$ 25 por dia. O investimento estimado por Medina, apenas para a versão brasileira, é de US$ 40 milhões.
Medina diz não querer especular sobre nomes. "Acho que a música vai estar subordinada ao evento em si. Meu maior sonho é buscar o silêncio, a comunhão entre o mundo todo. Antes tive que pro curar bandas, agora as bandas é que vão me procurar. Ou você está ou não está na história." Mas nomes internacionais de peso não prefeririam tocar em No va York ou em Viena a tocar no Rio? "As primeiras edições do Rock in Rio trouxeram os maiores nomes do mundo na época, Queen, Yes, Prince, George Mi chael. Tenho esse know-how. Além disso, Michael Lang e eu te mos esse acordo do rodízio, não há perigo."
Ele afirma que o esquema ante rior, de bandas nacionais abrindo para astros estrangeiros, pode ser revolucionado. "Vai subir índio no palco, seita religiosa, vai haver shows de bandas absolutamente novas, uma confraternização de países. Aquela ortodoxia de antes não vale mais." Medina se esforça por ostentar segurança quanto à captação de patrocínios. "Rock in Rio é uma grande marca, assim como Woodstock é uma grande marca. Se Woodstock se encarasse como marca, poderia captar muito mais do que capta." Ele vai adiante: "Hoje o mundo não é mais show, é marca. O que estamos fazendo não é um megas how, é um projeto de comunica ção. É como Copa, Olimpíada, é lucro na certa". Por enquanto, só está no papel.


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