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Cultura emprega mais em Salvador
CHRISTIANNE GONZÁLEZ
da Agência Folha, em Salvador
Uma pesquisa realizada pela Secretaria da Cultura da Bahia aponta que 7,2% da população economicamente ativa da região metropolitana de Salvador está empregada no setor cultural.
O percentual corresponde a 93,6
mil pessoas, de um total de 1,3 milhão de trabalhadores.
Enquanto o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Socioeconômicos) registra um crescimento no desemprego na região, a área cultural
vem expandindo o número de vagas.
Hoje, a área cultural emprega
mais que a construção civil, responsável por 5,5% do total de empregos da região, e encosta na indústria de transformação (química, metalúrgica, produtos alimentícios, papel), que responde por
8,6% dos empregos, e é considerada o carro-chefe da economia
baiana, com 21,8% de participação
no PIB (Produto Interno Bruto)
do ano passado.
Segundo a pesquisa da Secretaria
da Cultura do Estado, o setor cultural apresentou 4,4% de participação no PIB baiano de 1997.
"Só para dar uma idéia de como
o setor cultural vem se expandindo na Bahia, o turismo, que sempre foi um dos nossos maiores
atrativos, teve apenas 3,7% de participação no PIB do ano passado", disse o secretário estadual da
Cultura, Paulo Gaudenzi.
A pesquisa da Secretaria da Cultura revela que as famílias baianas
gastam, em média, 8% de seus orçamentos domésticos mensais
com bens culturais -discos, livros, shows, peças teatrais e produtos típicos da culinária regional.
De acordo com a pesquisa, o
percentual do orçamento doméstico mensal gasto com bens culturais equivale a R$ 86,04 por família.
Para a supervisora do Dieese,
Lavínia Moura, a participação da
cultura no PIB do Estado poderia
ser ainda mais significativa se houvesse uma melhor distribuição de
renda.
Cerca de 50% dos trabalhadores
ocupados na região metropolitana
de Salvador ganham menos de R$
240 por mês e só 10% recebem acima de R$ 1.200, segundo o Dieese.
"O bem cultural ainda é muito
caro para o padrão econômico da
maioria das famílias", disse Lavínia Moura.
Gaudenzi afirma que a tendência
do setor é de crescimento e profissionalização.
"Estamos inaugurando novos
equipamentos culturais e fomentando o Fazcultura (lei estadual de
incentivo à cultura) para impulsionar a abertura de novos postos
de trabalho e a profissionalização
do setor", declarou.
Este ano, pelo menos oito novos
teatros e 12 salas de cinema foram
abertos em Salvador. Além disso,
cerca de R$ 6 milhões foram aplicados na cultura por meio da lei de
incentivos.
A previsão orçamentária da Secretaria da Cultura para 1998 é de
R$ 218,3 milhões. No ano passado,
o orçamento do setor foi de R$
103,3 milhões.
A pesquisa sobre o setor cultural
foi realizada no final de 1997. O
número de desempregados era de
270 mil. Divulgada em abril, a última pesquisa do Dieese registrou
333 mil desempregados em Salvador e nas cidades próximas.
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