São Paulo, Terça-feira, 20 de Julho de 1999
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DISCO - LANÇAMENTO
A nova cara e a cara nova do pop Brasil

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
A cantora Syang, que abandona a "podreira" com "Bonequinha de Luxo"



A cantora Syang muda de repertório com novo disco, e João Suplicy lança seu primeiro álbum


SYANG

da Reportagem Local

O gênero, definido por ela própria na faixa 9 do CD, é de "bonequinha de luxo". Syang, 28, abandona a "podreira" punk de suas ex-bandas Detrito Federal e P.U.S. e cai nas baladas, guitarras, violões e poses sensuais em "Syang", sua estréia solo.
A tal sensualidade deixa margem à ironia, ela diz. "A coisa de "sex symbol" já existia no P.U.S., não acho ruim. Sou fã número 1 da Madonna, acho que ela brinca com o símbolo sexual, controla tudo. "Bonequinha de Luxo" tem os dois lados, da bonequinha mesmo -é a faixa de que as mulheres mais têm gostado- e o mais engraçado -penso em fazer um clipe com um travesti", diz.
"Syang" ficou na geladeira da gravadora WEA por mais de um ano, mas a artista não se prolonga no assunto. "Passou uma fase meio esquisita do mercado. A gravadora achou melhor esperar. Mas o disco continua atual."
Embora não queira dizer, a tal geladeira traz reflexos à sua carreira. Voltou a Brasília, sua cidade natal ("fiquei na casa do vovô"), parou de fazer shows ao longo do ano, tem quase um disco novo inteiro pronto e, sim, ficou ansiosa.
Agora, aliviada, lembra os passos anteriores da história:
"Desde pequenininha era doidinha. Aprendi piano desde os 8 e já fazia baladas. Aos 12, tive o primeiro violão e comecei a gostar de rock. Meu pai dizia que violão era coisa de sapatão".
Syang reflete sobre a mudança de imagem: "Sempre gostei muito de moda, sempre ouvi muito pop. Não era punk de fato, eu sempre estive a favor da mídia".
"A baladeira é de verdade. Quando você se rotula, tem que ouvir gracinhas, ser chamada de "oportunista". Sempre fui mais Elvis do que Angus", diz, referindo-se à faixa "Angus e Elvis", em que celebra Angus Young (da banda heavy AC/DC) e Elvis Presley.
Para terminar, fala da comparação -que admite ouvir com frequência- com a pop Paula Toller, do Kid Abelha: "Não me mirei em nenhum exemplo brasileiro. Sou fã da Madonna, do Blondie. Acho que não tem nada a ver, o cabelo loiro é coincidência. Até confesso que, quando comecei a tocar, na garagem, fazia cover de Kid Abelha, mas nunca fui fã".
Mas irrita a comparação com a Toller? "Não me agrada muito, não. Acho que tenho meu jeito de cantar. Ela tem outro." (PAS)


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