São Paulo, Terça-feira, 20 de Julho de 1999
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JOÃO SUPLICY

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Reportagem Local

Mais um Suplicy se aventura pelo mundo do disco. Irmão menor de Supla, João Suplicy, 25, estréia com "Musiqueiro", CD que inaugura o elenco nacional de um novo selo, o paulistano ST2.
Investindo em roupagens contemporâneas sobre som ligado à MPB, João conta com a produção de Eduardo Bid, ligado ao mangue beat (foi ele quem produziu "Afrociberdelia", 96, de Chico Science & Nação Zumbi).
Filho dos políticos Eduardo e Marta Suplicy e paulistano radicado no Rio, João fala da possibilidade de a griffe familiar abrir portas em geral inacessíveis a iniciantes: "A família faz diferença no espaço de mídia, e uma coisa leva à outra. Os caras da gravadora foram ver um show meu no Rio, gostaram e me contrataram. Quanto ao Bid, acho o trabalho dele de bom gosto, chamei e rolou. A gravadora pagou o cachê dele, mas acho que, se ele não se identificasse com o que faço, não faria o trabalho".
Ele admite que o parentesco também cria desconfianças: "É uma tendência, que até acho normal. Chato é a pessoa já ouvir com preconceito. Estou contente e seguro do meu trabalho".
A opção, em "Musiqueiro", pela diversidade, de misturar ritmos ditos de MPB -samba, samba-rock, maracatu, bossa nova- e "universais" -funk, ska, reggae-, não vem desde sempre. João retraça sua trajetória:
"Comecei a tocar violão aos 10 anos. Quando terminei o colegial, fui fazer um curso de música em Los Angeles. Foi lá que formei minha primeira banda, de brasileiros que moravam nos EUA. Era rock, eu compunha em inglês".
Quanto a semelhanças com Supla, que hoje faz música nos EUA, João diz: "Comecei a tocar muito por causa dele, via os ensaios desde pequeno. Mas é uma onda diferente. Faço uma MPB que bebe de muita coisa internacional".
Explica como chegou, agora, à fórmula de MPB com sonoridade "moderna": "Minha marca vai principalmente nas composições e interpretações. Mas o mérito de produção, sonoridade e arranjos eu passo para os produtores".
O "supermercado de estilos", cada faixa num registro, não é descaracterização, segundo João. "Sou assim mesmo. É o que falo na faixa "Musiqueiro': a diversidade é a marca desta geração."


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