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ARTES CÊNICAS
Diretor teatral abaixa as calças na estréia de "Tristão e Isolda"
Polícia investiga ato de Thomas
DA SUCURSAL DO RIO
O chefe da Polícia Civil do Rio,
Álvaro Lins, determinou à 5ª DP
(Delegacia de Polícia) que investigue se o diretor teatral Gerald
Thomas, 49, cometeu ato obsceno
ao mostrar as nádegas após ser
vaiado pela platéia que assistia, na
madrugada do último domingo, à
ópera "Tristão e Isolda", no Teatro Municipal do Rio.
Incumbido da apuração, o delegado-titular da 5ª DP, Geraldo da
Cruz Ribeiro, deverá ouvir pessoas que estavam na platéia e o
próprio Thomas, responsável pela nova leitura da clássica ópera de
Richard Wagner (1813-1883), na
qual transporta a ação da Idade
Média para o consultório de Sigmund Freud (1856-1939).
Segundo a assessoria da Polícia
Civil, o objetivo da investigação é
saber se, ao arriar as calças e a cueca, Thomas praticou um ato relacionado à encenação ou desrespeitou os espectadores, que o
vaiavam e xingavam.
"Dentro de um teatro nada é
obsceno, ainda mais numa cidade
em que todos mostram os seios e
as nádegas. O que estão fazendo é
uma manipulação política contra
a [secretária estadual de Cultura e
diretora do Municipal] Helena
Severo", diz Thomas.
O diretor deverá ser convidado
a prestar depoimento, possivelmente até a próxima sexta. Só depois de ouvi-lo o delegado decidirá se haverá abertura de inquérito.
Na opinião do cineasta Cacá
Diegues, 63, que estava na platéia
na estréia da ópera, "as pessoas
foram muito agressivas com o Gerald. E quando você é agredido
daquela maneira, como ele foi,
você pode perder a cabeça e acabar fazendo alguma besteira. Não
aplaudo, mas entendo".
A Folha tentou ouvir Helena Severo, que, de acordo com sua assessoria, estava em Brasília. A secretária estadual de Cultura não
foi encontrada até o fechamento
desta edição.
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