São Paulo, segunda-feira, 20 de agosto de 2007

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Crítica

Filme "Vida de Menina" prima pela modéstia

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O cinema brasileiro parece ter horror às coisas bem-feitas. Tome-se um filme com imagens caricaturais, interpretações aberrantes, cenários berrantes, enquadramentos estrambóticos: sempre haverá alguém para falar bem dele.
Mas se é de "Vida de Menina" (Canal Brasil, 22h) que se trata, aí, ao contrário, não haverá falta de quem fale mal. Dir-se-á, por exemplo, que é "naturalista". Pode-se discutir sobre isso, mas parece a simples insuficiência da maior parte dos filmes em chegar a uma representação naturalista ou realista que leva a tantas reservas.
Depois, é um filme modesto, que busca mostrar um mundo (o de um ciclo do ouro já em extinção) em vez de sobressair-se, como se dissesse: "veja, eu sou uma obra de arte". A escolha das lentes aqui não ofusca o olhar. A reconstituição de época é pertinente. A atuação da atriz que faz Helena Morley é precisa. Enfim, um desses filmes sobre os quais mais vale silenciar, pois sem interesse crítico especial.


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