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CRÍTICA
Verdades versus mentiras
DE NOVA YORK
É irônico que a enfermeira
Betty só vá encontrar a cura
(o amor) nos braços de um homem que não existe, um médico
de mentira interpretado por um
ator de mentira interpretado por
um ator de verdade (Greg Kinnear).
Irônico, mas muito coerente
com o universo masculino tal
qual o vê o dramaturgo Neil LaBute. Se você ainda não assistiu ao
seu "Na Companhia de Homens",
corra para a locadora. É o melhor
filme sobre a relação homens versus mulheres (e versus é a palavra
certa) da década.
Este "A Enfermeira Betty" é o
terceiro filme dele (o outro é o irregular "Seus Amigos, Seus Vizinhos"), o primeiro em que dirige
um roteiro que não é baseado em
peça de sua autoria. Talvez por isso não tenha a mesma força dos
outros.
Mesmo assim, está vários pontos acima de nove entre dez comédias que Hollywood produz
hoje em dia. A trama é original e
mesmo os atores secundários, como o jornalista que vai atrás do
caso e o policial que investiga o
crime, estão muito bem.
De mais a mais, que outro filme
pode mostrar um legítimo escalpo e continuar engraçado? Ou ostentar o duvidoso (para Hollywood) título de o único beijo que
o ator negro Morgan Freeman,
com 30 anos de carreira, deu numa atriz branca, no caso Renée
Zellweger?
(SD)
A Enfermeira Betty
Nurse Betty
Produção: EUA, 2000
Direção: Neil LaBute
Com: Renée Zellweger, Morgan
Freeman, Chris Rock, Greg Kinnear
Quando: hoje, às 21h05 e 23h20 (Market
Place); e amanhã, às 16h30 (Cinearte)
Quanto: R$ 6 e R$ 3
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