São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 2000

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CRÍTICA
Verdades versus mentiras

DE NOVA YORK

É irônico que a enfermeira Betty só vá encontrar a cura (o amor) nos braços de um homem que não existe, um médico de mentira interpretado por um ator de mentira interpretado por um ator de verdade (Greg Kinnear).
Irônico, mas muito coerente com o universo masculino tal qual o vê o dramaturgo Neil LaBute. Se você ainda não assistiu ao seu "Na Companhia de Homens", corra para a locadora. É o melhor filme sobre a relação homens versus mulheres (e versus é a palavra certa) da década.
Este "A Enfermeira Betty" é o terceiro filme dele (o outro é o irregular "Seus Amigos, Seus Vizinhos"), o primeiro em que dirige um roteiro que não é baseado em peça de sua autoria. Talvez por isso não tenha a mesma força dos outros.
Mesmo assim, está vários pontos acima de nove entre dez comédias que Hollywood produz hoje em dia. A trama é original e mesmo os atores secundários, como o jornalista que vai atrás do caso e o policial que investiga o crime, estão muito bem.
De mais a mais, que outro filme pode mostrar um legítimo escalpo e continuar engraçado? Ou ostentar o duvidoso (para Hollywood) título de o único beijo que o ator negro Morgan Freeman, com 30 anos de carreira, deu numa atriz branca, no caso Renée Zellweger? (SD)

A Enfermeira Betty
Nurse Betty
   
Produção: EUA, 2000
Direção: Neil LaBute
Com: Renée Zellweger, Morgan Freeman, Chris Rock, Greg Kinnear
Quando: hoje, às 21h05 e 23h20 (Market Place); e amanhã, às 16h30 (Cinearte)
Quanto: R$ 6 e R$ 3



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